sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Cafés IX

Ainda não partilhei que, para mim, a melhor forma de se mexer o café é mesmo com o pau de canela. Hoje tive a sorte de ir jantar a um sitio em que o café era servido acompanhado de um pau de canela, e aquele café soube-me ainda melhor. É verdade que a companhia ajudou e muito, mas também é verdade que o sabor do café envolvido no sabor da canela transforma aquela degustação de sabores em qualquer coisa de mágico.

Hoje tomei um café sozinha, ao início da tarde, sentada numa explanada de um café no centro da cidade, perto de uma rua com pouco movimento. Estive mais de uma hora sentada naquela explanada... a determinada altura, quando já tinha rasgado o pacote de açúcar todo, percebi que ao longo do último mês tive a oportunidade de partilhar cafés com novas pessoas, com pessoas antigas que consegui rever, com pessoas que vão estando sempre presentes e efectivamente, percebi que o "café" passou a ser das minhas maiores estratégias de encontro comigo mesma. Este espaço é, sem dúvida, o meu espaço de transparência, mas os cafés passaram a ser a minha forma de me obrigar a encontrar-me. 
Talvez nos últimos anos tenha perdido demasiado tempo a perder-me de mim mesma, a perder-me dos outros e, pior que tudo isso, a prender-me a um passado que já lá vai. Estes cafés têm sido momentos de catarse, de encontro, de vida, de tudo aquilo que a vida tem para nos oferecer, o bom e o menos bom. E o café permite fazer esta ponte, clarividente, entre a teoria e a prática, entre o sonho e a realidade. 

Durante aquela hora que ali estive sentada, sozinha, opcionalmente sozinha, percebi que a resiliência tem sido a minha maior conquista. A cada novo dia, uma nova prova, um novo desafio, um novo café e mil novos caminhos para escolher apenas um.  Hoje escolhi partilhar a noite com novas conquistas, hoje mexi o café com o pau de canela e deixei-me levar pelo sabor magistral do café e da canela... Hoje, permiti-me ser feliz... Hoje deixei tudo o que me perturba, tudo o que de mesmo bom tem acontecido nas últimas semanas, lá fora, e estive ali, eu, sem dramas, nem problemas, apenas eu, feliz e disponível para o que a vida me quer dar... 
 
Obrigada pelo café, pela noite, pela parte mágica da vida que ali se fez notar!

Ah, e obrigada pelo aconchego, pela ternura e... pela ousadia!



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