terça-feira, 29 de novembro de 2011

Cartas XI

"Independentemente das voltas que a vida dá, tu habitarás eternamente o meu coração"

Hoje deitei-me com este "habitarás eternamente o meu coração" na cabeça, e não consegui adormecer, tenho dado voltas e voltas na cama e o sono teima em não vir... Não sei se ainda faz sentido escrever-te (ou mesmo se algum dia fez)...

Eu sei que na vida poucas coisas são dictómicas... e entre o sim e o não há uma infinidade de hipoteses... Mas também sei quando me estás a afastar... e nesta fase, nunca me pedirias espaço... Nem tentaste perceber como me senti no sábado, nem reagiste ao que te contei (na verdade, fiquei sem saber se já sabias ou não)... 

Tens razão, disse coisas muito más há umas semanas, mas nunca te escondi o porquê do que estava a fazer... e sim, tens todo o direito de querer olhar por e para ti... só que neste momento eu precisava de um abraço, aquele que esperava que me tivesses dado na quarta-feira e não deste... aquele que te quero dar há semanas e não deixas... 

Neste momento, só queria sentir que não perdi tudo e que ainda há alguma coisa verdadeiramente importante pela qual vale a pena cá estar. E se os últimos dias têm sido agitados tem sido para não ter tempo para parar e pensar no que me a vida me fez ou eu lhe fiz a ela... viver a correr, não deixa tempo para pensar, mas quando se pára, percebe-se que há cada vez menos motivação para seguir em frente... talvez as quedas não nos tornem mais fortes, talvez nos vão fazendo, a pouco e pouco, perder as forças...

Hoje só queria ter ido almoçar contigo, sentar-me 5 minutos ao teu lado, olhar-te nos olhos, dizer-te que te Adoro e dar-te um abraço...

Eu preciso de ti, todos os dias...és das poucas pessoas por quem eu sinto que vale a pena lutar... por favor, não me tires uma das poucas coisas que me faz sentir verdadeiramente importante para alguém... não me tires a oportunidade de estar contigo, de saber de ti...

Histórias XXII

Acordou com vontade de sair... Vestiu uma roupa prática, calçou os ténis, pegou no MP3, nas chaves do carro e saiu... 

Parou o carro junto àquele local onde gosta de se encontrar consigo própria... pôs os fones nos ouvidos, começou a correr... 

Enquanto corria ia vendo crianças com os avós, casais de namorados, pessoas em fase mais avançada no seu processo de envelhecimento... cada um a partilhar com ela aquele espaço que na verdade lhe permitia encontrar-se a si, como se fosse só seu... 

Parou junto de um banco para fazer alguns exercícios e naquele momento ouvia: http://www.youtube.com/watch?v=TCjbLqzFY7U

Parou... sentou-se... ouviu cada bocadinho daquela música, sentiu-a como se tivesse sido escrita para si... Ouviu-a até ao final... Levantou-se... voltou para casa... tomou um banho, comeu qualquer coisa, vestiu aquele vestido que comprou no dia em que o conheceu... ligou-lhe, combinou um café... "sim, ao final da tarde, junto ao rio"

Ao final da tarde, junto ao rio, ela pegou no MP3, colocou os fones nos ouvidos dele, colocou aquela múscia e disse-lhe apenas: "é a altura em que te peço para voltar"...

Ele sorriu, deu-lhe a mão, levantaram-se, caminharam junto ao rio em direcção ao carro, quando chegaram perto do carro dele, ele olhou-a e disse-lhe: "sabes, eu também gosto mesmo de ti... mas quando foste embora, entrou alguém que não quero que saia... e tu, tu saíste... deixaste o teu lugar vazio... mas agora já está ocupado"
Ela olhou com incredulidade, não por ter outra pessoa, mas por não o ter dito logo, por ter vindo de mão dada com ela até ali... largou-lhe imediatamente a mão, virou as costas, seguiu para o seu carro... ela não olhou para trás, ele não a chamou... 

Entra no carro e volta àquele jardim onde foi correr pela manhã, senta-se no mesmo banco e chora, chora tudo o que guarda dele e fica ali sentada até amanhecer... mais um dia começa e sente-se novamente sem rumo... ali fica até ganhar força para recomeçar... 


domingo, 27 de novembro de 2011

Partilhas XXI

Ontem o bolinhas foi-se embora... e com ele uma parte importante dos últimos 4 anos da minha vida... muita coisa foi dita, pensada e feita naquele carro... Ali chorei, sorri, namorei, conversei... comecei e acabei uma relação... ali fiz algumas confissões, ali ouvi algumas confissões...

Aquele carro leva com ele uma carga emocional muito grande... aquele carro foi uma parte importante da minha vida que agora fica arrumada... espero apenas que o novo dono o estime e o VIVA como eu vive... foi mais do que o meu maio de transporte... foi efectivamente um elemento da minha vida...

Ontem chegou a formiga atómica... e com este carro vem uma nova fase... ontem alguém comentou: "carro novo, telemóvel novo, saltos altos... certamente que o casamento é para o ano" Não é certamente, nem para o ano, nem nos próximos... e na verdade, essa não é a nova fase... a nova fase é uma mudança minha, interna... é talvez o momento em que verdadeiramente olho para mim como uma mulher, e não uma miúda... é a fase em que estou a construir o meu caminho e a pensa-lo por mim e para mim.. em que quero dedicar tempo a quem me faz bem... Algures, ouvi falar de selectividade de emoções, e é isso mesmo, vou ser selectiva na escolha das pessoas a quem me dou... porque os outros consomem-nos tempo, energia, afectos e muitos, no final, ignoram-nos e tratam-nos mal...  

Nova fase externa e interna... Novos desafios, pessoais e profissionais... Novas conquistas... novos sonhos... novos desejos... 

Só tu é que ainda não está arrumado no presente ou no passado... ainda não sei se te quero sentir como um sonho presente, futuro ou passado... Mas ontem, ontem queria ter-te ao meu lado, só para me dares dois gritos e fazeres sentir a realidade e o que é realmente importante... ontem, queria o teu casaco pelos ombros para ,e aquecer a alma, no momento em que o meu chão tremeu... E talvez por isso ainda não tenha conseguido decidir se me faz bem ou mal manter-te presente...

Porque o tempo está nas nossas mãos...





Desabafos XIV

Com alguma calma hoje acho que já consigo escrever sobre aquilo que vai cá por dentro, na alma...

"Casamento" realizado, atingida uma fase muito desejada, seja lá porque motivo for, esta é uma idade com a qual sempre sonhei, sentindo sempre que será um ponto de viragem positivo.

Posso começar por dizer que na quarta-feira esperava um dia diferente daquele que tive... não estou a dizer que o dia correu mal, nada disso, simplesmente faltou qualquer coisa importante... faltaram algumas pessoas, faltaram alguns sentimentos... foi um aniversário celebrado, mas com a sensação de que ficou a faltar qualquer coisa... talvez as flores (quem sabe)...

Ontem, a tela da vida, como não podia deixar de ser, foi exactamente reflexo daquilo que é a vida... surpresas boas e más... pessoas boas e más... pessoas que ficam, pessoas que não aparecem e pessoas que não deviam ter aparecido... 

Foi estranho olhar para aquelas pessoas ali sentadas e perceber a diferença relativamente ao ano passado, tudo o que mudou, os que entraram, os que saíram, os que continuam mas alteraram a sua posição na minha vida... num ano mudou tanta coisa... 
 Por outro lado foi muito bom sentir a forma como algumas pessoas gostam de mim, me conhecem e me conseguiram surpreender efectivamente... E o melhor disto tudo, é que a surpresa foi realmente para mim, ninguém se apercebeu dela  e isso é o mais mágico que a vida tem... Ontem reforcei a ideia que tinha de quem são realmente os meus AMIGOS... e naquele jantar estava muito mais gente do que esse grupo... 

Obrigada às duas, por estarem na minha vida, por me terem surpreendido, por simplesmente serem sem medo do mundo... Obrigada por terem tornado este aniversário num momento surpreendente, não só pelo que todos viram, mas por aquilo que causaram em mim e só em mim... OBRIGADA!

Talvez, mais do que no final do ano civil, ontem, quando acabaram de cantar os parabéns fiz um balanço de vida... e... e tenho muito para fazer... e tenho muito para repensar... e tenho muito que viver e que arriscar... Decidi que quero estar de bem com a vida, não me quero magoar mais, nem culpar, nem sofrer por antecipação ou por erros cometidos lá atrás... quero pensar que tenho mais uns 60 anos pela frente e que os tenho que aproveitar da forma mais alegre possível!

A Tela da Vida tem muitas cores e está eternamente inacabada... :)

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Cafés VIII

Hoje de manhã, saí e fui tomar café sozinha. Sentei-me à mesa daquele café pequenino, com mesas e cadeiras de ferro, de frente para aquele largo onde uma vez por ano se volta aos tempos medievais.

Sentei-me, pedi um café e... "desculpe, é também um pastel de nata"... Acho que precisava de adoçar a alma... Ali fiquei mais de uma hora sentada, enquanto bebia o café e olhava a janela à minha frente ia pensando em como um café pode ser a melhor bebida para nos ajudar a tomar decisões e trazer de volta à vida real.

Quando me levantei para pagar, percebi que todo aquele tempo esteve um rapaz sentado na mesa da frente a olhar para mim... Antes de lhe virar as costas disse : "desculpe a intromissão, mas da próxima vez que vier aqui sozinha sente-se ao pé de mim... um café sabe melhor acompanhado" Sorri-lhe e respondi apenas "talvez, quem sabe, se cá voltar"... Fui pagar e antes de sair, olhei novamente para o rapaz "obrigada pelo convite"... saí...

Tudo tem um lugar e um tempo para acontecer, podemos fugir, podemos ter medo, podemos recuar... só não devemos é virar as costas à vida com a mania que sabemos o que é melhor para nós...

Vou lá voltar e vou sentar-me com aquele rapaz...

domingo, 20 de novembro de 2011

Dias XIV

Um dia vou ter a certeza que quero ser feliz contigo

Hoje é esse dia, hoje tenho a certeza que quero ser feliz contigo, ainda não sei como o vamos conseguir, não sei de que forma vamos percorrer esse caminho de felicidade mas, ficar sem ti não é caminho, alternativa ou solução.
Às vezes há frases que surgem na nossa vida e que são como indicadores de caminho. E hoje, ao final da tarde isso aconteceu... Não faço ideia o que vai acontecer, mas quero ficar, quero ser feliz contigo a meu lado (o papel que vais ter não sei, mas vais ter algum)..
Sim, a amizade é o primeiro passo e vale a pena continuar a construi-la, só não esperes que vá esconder o que quero e o que sinto. E com isto quero dizer que a felicidade deve ser o nosso fundamento de vida, por isso vou fazer tudo para ser feliz, respeitando o que sentes e o queres...

O que é correcto ou não acontecer? Descobri hoje a resposta, é correcto fazer aquilo que nos faz felizes... 
"E agora?" Não vai voltar a acontecer, simplesmente porque a única coisa que quero agora é estar bem contigo, ser feliz contigo e fazer-te feliz...

Hoje, a partir de hoje, vou fazer pela nossa felicidade, sem pressas ou grandes expectativas... Quero sonhar e ser feliz enquanto o mundo não nos muda os caminhos...

encontros II

Encontraste-me algures no caminho da tua vida. Eu nem te vi, nem me apercebi que ali estavas. Procuraste-me para me dizer "estou aqui, olha para mim"...

Hoje enquanto me encontrava com o mar, perguntei-me como tudo isto tinha começado, como é que este encontro tinha acontecido, como é que iria acontecer daqui para a frente e como é que iria acabar...

A determinada altura percebi que estou completamente perdida e dividida em dois... coração e razão ao seu mais alto nível... Pior que isso é que percebi que eventualmente no meio deste "encontro" posso ter passado a ler erradamente os teus sinais.
Quando há uns tempos tu me encontraste eu criei uma ideia que agora não consigo perceber se é real... Quando dizes que tentar perceber tira o encanto, talvez tenhas razão, mas neste momento acho que estamos a caminhar em trilhos diferentes a achar que estamos lado a lado e parece-me que isso não vai correr bem... ou talvez esteja completamente errada e estejamos a caminhar no mesmo caminho mas somente um mais à frente do que o outro...

Paciência e calma, são duas coisas que não tenho conseguido alcançar, é certo, mas na verdade, não sei porque é que espero... sei pelo que gostava de esperar, mas não sei se é possível, nem sei se queres o mesmo que eu...

Hoje queria pedir-te: abraça-me... e encontra-me... ajuda-me a encontra-me... Não me deixes ficar perdida como uma folha seca dentro de uma caneca esquecida em cima da mesa perto de um livro ainda na primeira página...

Encontra-me!

partilhas XX

PERSISTÊNCIA

"Nas lutas diárias da vida, lembra-te de que tudo tem u
m tempo próprio para se realizar.
A árvore mais alta do mundo, um dia foi semente.
O mar gigantesco é formado por pequenos rios que despejam as suas águas num encontro marcado.

A hora do relógio é formada por segundos que se juntam para formar o minuto.
A casa mais bela e rica, um dia foi apenas projecto.
Assim, tudo segue um cronograma e na Lei Divina nada segue aos pulos ou com privilégios, tudo é justiça pura.

Sabendo que o mundo é construído por etapas, que tudo está no seu devido lugar e no devido momento certo, não abandones os teus sonhos, não desistas de lutar pelo teu crescimento.

Refaz os teus planos se for preciso, ajusta-os ao momento actual e agarre-te a Deus.

Acredita na tua força, mas acredita também que nunca estás sozinho; em nenhum momento os anjos te abandonaram, talvez não tenhas deixado que eles se aproximassem, mas eles estarão sempre perto de ti.

Não te assustes com as atitudes das pessoas que te cercam; nem sempre elas estão no seu melhor dia, e todos nós temos o direito de estarmos chateados ou até tristes e sem vontade de falar com ninguém.

Portanto, respeita o indivíduo que existe em cada pessoa; não cries expectativas com a vida dos outros, acabas por te magoar e fazer com que as pessoas se sintam responsáveis por atitudes que só tu esperavas, que tu nem sequer comunicaste à pessoa interessada, apenas desejaste no teu íntimo.
Tudo tem seu tempo!

E o seu tempo de plantar é todos os dias; é a cada minuto. Semeia amor, distribui sementes de carinho e em breve irás ter a maior colheita de felicidade que um ser humano pode ter.

Nada supera o amor, velhas mágoas desaparecem sob a acção do amor; inimigos abraçam-se em nome do amor; parentes afastados reencontram-se em nome do amor, e tu serás abençoado pelo amor que Deus derrama, todos os dias, sobre a tua cabeça em sinal de que
Ele acredita em ti, sempre!"

cartas X

Domingo, 8 da manhã e estou sentada com o computador no colo a olhar o céu azul lá fora, está frio, um frio muito parecido àquele que tenho sentido dentro de mim mesma.
Nas últimas semanas tenho sentido a tua ausência, tenho sentido a minha própria ausência dentro de mim e na tua vida. Tenho saudades tuas, não só dos nossos almoços, dos nossos 5 minutos para um abraço, mas tenho saudades de sentir-me aí e de sentir-te aqui.

Hoje acordei a pensar em ti, a sentir a necessidade de um abraço, não porque esteja triste, mas porque te quero pedir desculpa por tudo o que tenho dito e feito nas últimas semanas. Porque queria que soubesses, que sentisses que me fazes falta, que te quero aqui, que quero partilhar contigo as minhas conquistas, as minhas angústias, as minhas lágrimas e os meus sorrisos. 

No sábado não poderei dizer aquilo que realmente gostaria, por isso passo a escreve-lo aqui:
Há pessoas fundamentais no nosso processo de vida, tu és uma dessas pessoas. Ao longo destes anos foste parte importante da minha criação de princípios, da forma como eu sentia e via a vida. Quero que sintas que a vida me deu o privilégio de escolher uma irmã, e eu escolhi-te a ti, a melhor de todas, a única que poderia desempenhar esse papel de forma tão real, tão certo. Os próximos anos, quero continuar a ter-te a meu lado dia a dia, às vezes de costas voltadas, outras de mãos dadas, é assim a vida, é assim quando gostamos realmente de alguém. 
Obrigada por estares comigo ao longo de todos estes anos, obrigada por aquilo que me fizeste crescer com as dores e as alegrias... Obrigada por me ensinares o verdadeiro significado da "TERNURA".

Adoro-te Mana do meu coração!

domingo, 13 de novembro de 2011

Histórias XXI

Uma tarde de fim de verão senta-se na sua secretária, pega num caderno, abre-o a meio... ao lado do caderno tem um envelope, uma caneta e... o convite para o seu casamento...
Pega na caneta e começa a escrever aquilo que guardou dia após dia dentro de si, guardado num silêncio que por vezes era doloroso. No dia em que resolveu marcar a data do casamento decidiu que lhe ia enviar um convite e uma carta com a sua confissão. 

Assim, anos depois de ter posto um ponto final, sem explicações ou conversas, a uma das maiores loucuras que fez na sua vida, volta a falar do assunto com ele...

"Como é que nos podemos gostar tanto de alguém em tão pouco tempo, sem haver um conhecimento maior do que é a pessoa e do que quer para a sua vida? 
Esta foi a pergunta que me fiz naquela altura. E sabes, acho que cheguei quase a amar-te, mas a tua situação inviabilizava essa hipótese. Ainda esperei que me quisesses na tua vida, esperei que me desses um sinal de que valia a pena correr o risco de esperar mais um pouco por ti, mas esse sinal não chegou. Senti-te distante depois daquela noite mágica. Senti que foste agindo de forma a fazer com que eu me quisesse afastar, talvez para eu não me magoar por sentir que me rejeitavas... Se eu sinto que me amaste? Sinceramente, se não sentisse, não estava a escrever-te anos depois. 
Acho que nos amámos na verdade, acho que sentimos um pelo outro aquilo que qualquer homem, ou qualquer mulher deviam ter a oportunidade de sentir e viver. O problema é que simplesmente não conseguimos ser mais fortes que a sociedade, não conseguimos ser loucos, e tivemos medo de correr o risco. Eu tive medo de esperar em vão, tive medo de me prender a um sonho que tu não querias tornar real e tu, tu talvez tenhas tido medo de te arrepender depois. 

Agora que resolvi construir a minha família, agora que me deixei prender por alguém de quem gosto, não como gostei de ti, mas de quem gosto o suficiente para coabitar saudavelmente comigo, acho que finalmente percebi o que aconteceu. 

Tivemos medo de amar... Porque amar é não prever o amanhã, é não mandar em nada... e nós tivemos medo de perder o comando das nossas vidas...
Hoje teria feito diferente, teria pelo menos esperado mais um pouco pela tua resposta, mesmo que ela me mostrasse que estou errada em relação ao que acho que sentias. Mas teria esperado e teria aceite amar... Gostava de partir, um dia, com a certeza que valeu a pena estar por cá... e virei as costas a esta oportunidade de viver livremente... 

Talvez esta carta seja uma última tentativa de amar contigo a meu lado... Envio-te o convite, não para estares presente, mas porque é essa a data limite para fugires comigo para o mundo dos sonhos onde eu sou a princesa e tu o meu amor...
Com amor
A tua princesa" 

Pegou na carta, no convite, colocou tudo dentro do envelope. Meteu o envelope dentro da mala, pegou no carro e em vez de o levar aos correios, foi ter com ele...  Entrego-lho em mão... Quando se olharam, os olhos encheram-se de lágrimas... era tarde de mais...

Um mês depois, ela casou!

Desabafos XIII

Se no decorrer de 2011 houve momentos maus, esta semana consegui juntar muitos...

Desde a quantidade astronómica de trabalho, à interminável espera pelas respostas institucionais para se poder continuar a trabalhar, a metade dos voluntários que resolveram não aparecer, ao material que não chegou no tempo esperado... 

Depois, simplesmente te mandei embora da minha vida, sem que eu própria entenda porque e como o fiz... Senti tanto a tua falta esta semana minha mana, escolhi a forma errada de dizer que precisava de ti! Na verdade, só queria um abraço e um bocadinho de colo...

As noites em constante sobressalto em que se não era o trabalho, era outra coisa qualquer que me preenchia os pensamentos e não em deixava descansar...

E como se tudo isto já não bastasse na terça resolvi ficar mal disposta e não conseguir ir trabalhar à tarde...

No meio de tudo isto pairaste tu, e sim pairaste, não andaste, não estiveste, não acompanhaste... E sabes, não sei porquê? Não sei o que fiz, não sei o que mudou... não sei... aliás ainda não percebi quem és... o que queres... porque chegaste e muito menos se ainda cá estás ou se já te foste embora...

Espera-se uma próxima semana mais tranquila... ao nível do trabalho já sei que não será, mas pelo menos espero ter a minha mana de volta, espero não ficar doente e tu? Tu, não sei... mas sabes, acho que estou a começar a não querer saber... talvez já não importe se ficas ou se vais... E sim, hoje fizeste-me sentir descartavel e muito...

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Partilhas XIX

Gente Perdida  (Mafalda Veiga)

Eu fui devagarinho
Com medo de falhar
Não fosse esse o caminho certo
Para te encontrar
Fui descobrindo devagar
Cada sorriso teu
Fui aprendendo a procurar
Por entre sonhos meus

Eu fui assim chegando
Sem entender porquê
Já foram tantas vezes tantas
Assim como esta vez
Mas é mais fundo o teu olhar
Mais do que eu sei dizer
É um abrigo pra voltar
Ou um mar pra me perder

Lá fora o vento
Nem sempre sabe a liberdade
A gente finge
Mas sabe que não é verdade
Foge ao vazio
Enquanto brinda, dança e salta
Eu trago-te comigo
E sinto tanto, tanto a tua falta

Eu fui entrando pouco a pouco
Abria a porta e vi
Que havia lume aceso
E um lugar pra mim
Quase me assusta descobrir
Que foi este sabor
Que a vida inteira procurei
Entre a paixão e a dor

Lá fora o vento
Nem sempre sabe a liberdade
Gente perdida
Balança entre o sonho e a verdade
Foge ao vazio
Enquanto brinda, dança e salta
Eu trago-te comigo
E sinto tanto, tanto a tua falta (3x)

Lá for a o vento
Nem sempre sabe a liberdade
Gente perdida
Mas sabe que não é verdade
Foge ao vazio
Enquanto bebe, dança e ri
Eu trago-te comigo
E guardo este abraço só para ti

E porque esta letra hoje me fez todo o sentido... Desde "Eu fui devagarinho, Com medo de falhar, Não fosse esse o caminho certo, Para te encontrar"  a "Lá fora o vento, Nem sempre sabe a liberdade, Gente perdida, Balança entre o sonho e a verdade, Foge ao vazio"

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Mensagem 100

E hoje chegou a 100º mensagem... quase 3000 visualizações... mas na verdade o que mais me importa é que este espaço se transformou realmente num espaço de momentos e reflexões, no espaço onde desligo do resto, onde digo o que sinto... onde eu sou sem capas, nem meias palavras.

Ao longo destes meses, algumas pessoas têm perguntado de quem é que falo, pois bem, falo de mim, de ti, de nós, dos outros, de alguns... Nem sempre são partilhas reais, às vezes são histórias inspiradas parcialmente em histórias minhas ou tuas, são desabafos meus e dos outros...

A verdade é que desde que dei início a este espaço a minha vida já mudou e muito... já deu voltas e reviravoltas e este é o reflexo disso. Hoje reli todos os textos e sinto-me eu própria, sinto-me bem com cada um dos textos...

100 momentos e reflexões depois, informo apenas que os próximos 100 serão ainda mais transparentes!

A todos os que me vêm ler, o meu muito obrigada!

Ah e aos dois leitores mais importantes da minha vida (neste momento) vou pensar na vossa ideia do livro com carinho, vá quando tiver mais uns 30 anos talvez trate disso...

Dias XIII

Um dia vou ter contigo sem te avisar.

Um dia vou ser louca a esse ponto. Porque quem vive tem que ser louco, não quem se limita a respirar, mas quem vive realmente. Quem arrisca ser feliz, quem se reinventa, se reconstrói... quem luta por ser pessoa na sua essência... quem acredita que só quando se está feliz se pode fazer os outros felizes...

Um dia largo tudo e vou ter contigo só para te dizer: "foge comigo"...

Esse dia não é hoje, nem amanhã... porque por agora tenho que ficar aqui, à espera de perceber se quero viver ou respirar... se me quero reinventar ou recalcar o que passei a ser... 

Um dia.. um dia vou simplesmente conseguir estar bem com tudo e com todos!

Histórias XX

Chegou antes da hora combinada... foi vendo os minutos passar e a resposta não chegava... ligou o carro e arrancou pensado voltar para casa... Mas... foi um pouco mais à frente e estacionou novamente... a resposta chegou... e esperou... esperou pelo incerto...

Chegou finalmente...

Em pé, lado a lado, com a lua como tecto, as árvores como paredes e o silêncio da noite como envolvente... o frio esse apenas foi a desculpa...
Ali, conversaram sobre si, sobre a historia de cada um, na verdade falaram de tudo menos daquilo que provavelmente deviam ter falado... falaram sem dar conta do tempo passar... e numa frase tudo o que estava a ser contido, deixou de ser... 

De um abraço a um beijo foi um segundo de insanidade, e depois desse segundo de insanidade já não havia mais nada a fazer. O erro esta feito, o acto consumado... "e agora?" Esta era a pergunta que os dois se faziam, um ao outro e dentro de si próprios. Mas... rapidamente este "e agora" deu lugar a uma sensação de bem estar e felicidade que os levou para o mundo de sonho, onde não havia problema ou impedimento para tudo aquilo acontecer. 
Saíram de perto um do outro, de sorriso no rosto e felizes... Deveriam sentir-se mal com o que tinha acontecido? Provavelmente deviam, mas não sentem... 

Quando partiram para este encontro, nenhum dos dois pensou ser possível que viesse a acontecer o que aconteceu... agora que partem cada um para a sua realidade nenhum sabe o que quer nem hoje, nem amanhã e muito menos lá mais à frente no caminho...

Partem sem saber se voltarão a estar juntos... 

Ela parte com a sensação que reencontrou o amor... mas um amor diferente, mais maduro, mais sereno... encontrou alguém que a conhece e que sabe lidar com aquilo que ela é sem a fazer sentir-se magoada... 
Ele... ele parte simplesmente... sem pensar... sem sentir... sem saber o que fez e muito menos o que vai fazer agora... 

Antes de se encontrarem ela tinha medo e ele estava encantado por ela... agora... ela está apaixonada ou algo mais que isso... e ele... ele está perdido...

Talvez o frio da noite lhes indique o melhor caminho... 


segunda-feira, 7 de novembro de 2011

cafés VII

Há pessoas com quem tomamos café, há outras com quem simplesmente o bebemos. Se há diferença entre tomar e beber? Claro que há.

Tomar café implica, saboreá-lo, a ele e à companhia; implica sentir o seu gosto, senti-lo a aquecer-nos a alma. Tomar café é aquilo que só fazemos com pessoas especiais, com os outros apenas o bebemos.

Contigo, tomei café, e reparei numa coisa engraçada, o meu foi sem açúcar e o teu com um pacote de açúcar inteiro, não deixa de ser curioso ver esta diferença.
Um café quente e frio ao mesmo tempo, próximo e distante, um café de análise de limites, de olhares cúmplices e desviados...

Dois cafés, uma mesa, duas pessoas, duas vidas, duas histórias... ou uma?!

Ontem, tomei café contigo, saboreei o café e o momento... Ontem descobri um novo tipo de café, um novo sabor... um sabor seguro, leve, agradável... o sabor do mundo das princesas e dos sonhos... ou será que esse é o sabor real da felicidade?

sábado, 5 de novembro de 2011

Eu IV

10 coisas que eu gosto

1 - Mãos dadas

 








2 - Escrever










3 - Chocolate









4 - Estar com amigos especiais e família









5 - Enroscar-me no sofá ao final do dia












6 - Café









7 - Passear na praia (em boa companhia)












8 - Estudar e saber mais









9 -  Conversar








10 - Anéis



sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Histórias XIX


Numa tarde sombria da sua vida, pegou no casaco, na mala, nas chaves do carro... na caixa das recordações e saiu, saiu sem saber onde ia parar... Conduziu sem rumo certo, até decidir ir ver o mar... Sentou-se, tirou os sapatos, caminhou até bem perto do mar, sentiu a água gelada tocar os seus pés e só isso a fez sentir-se viva... 

Sentou-se com os pés na areia molhada, de vez em quando as ondas tocavam-lhe os pés, e recordação a recordação foi deitando uma a uma ao mar...

Anos mais tarde percebe que não o devia ter feito e sente saudades de rever tudo aquilo que deitou ao mar, o seu fiel depositário. Sabe que nunca mais as voltar a ter, nem aquelas, nem outras parecidas, porque o que foi não volta, as pessoas com quem partilhou aquelas recordações, as relações que a elas deram origem... nada daquilo voltará. 

Ela ainda não percebeu que às vezes é mesmo assim, temos que deitar o passado fora, para deixar espaço para entrar o presente e o futuro. Aquilo que vivemos não fica pelas coisas materiais, mas sim pelas emoções... Aquela tarde não foi sinal de fraqueza, foi uma defesa... foi uma forma de se proteger, de deixar espaço para o que havia pela frente...

Talvez um dia volte aquele mar e lá perceba que no seu coação tudo se mantém guardado e isso, isso sim, nada, nem ninguém pode destruir...

Partilhas XVIII

"Não é paixão porque não dói, nem atracção porque não inquieta. É um quase tudo mas ainda não é nada, porque não houve tempo."
 
Hoje, ao reler esta frase que andava por aqui num dos apontamentos do meu computador, percebi que não a entendo... ou antes que ela agora não me faz sentido... ou por outro lado me deixa a pensar o que é afinal isto que me está a acontecer. 
 
Hoje, durante o almoço, uma colega de trabalho perguntou-me o que se passava comigo nos últimos dias, que me achava mais inquieta, apenas lhe respondi que não era nada, apenas uma situação que ia para lá de todos os princípios éticos e morais... ao que ela respondeu "quem, tu tens uma situação dessas na tua vida? Tu? Não é possível"... e ela não sabe qual a situação, nem sonha... 
 E se ela pensa assim, como pensaria o resto das pessoas se soubesse o que se passa?

A verdade, é que as pessoas olham para mim e determinam uma serie de coisas que me deviam acontecer, e eu, ao longo destes anos fui vendo isso como o meu próprio plano de vida, agora, começo a perceber que talvez não seja bem assim. Talvez esse plano que os outros acham que deve ser o meu, não seja aquele que me faz feliz... Ainda não sei bem...

Sei que   "É um quase tudo mas ainda não é nada, porque não houve tempo." , espero que haja tempo, espero que venha a ser alguma coisa e estou a ser muito sincera... Tenho medo, não vou negar, mas tenho um bom sentimento quanto a isto, tenho uma grande vontade de ficar e correr o risco. Acho que pela primeira vez estou a escolher por mim e não por aquilo que é correcto socialmente.
Quero estar contigo, quero que seja um "tudo"... Quero pelo menos tentar... Não vou fugir por medo... 

Eu fico e tu?
 

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Encontros I

Encontros esperados e inesperados, encontros bons e maus...

E no caminho da vida é isso que tem valor, os encontros que nele vão acontecendo.
Nem todos os encontros são bons, nem todos acontecem no momento certo, mas de todos podemos tirar alguma coisa positiva para a nossa existência.

Do nosso encontro (foi mais um desencontro) eu nem dei conta do "olá", e quase que o "adeus" me passava ao lado. Às vezes é assim, é tudo tão rápido, e feito nas entrelinhas que às vezes só nos damos conta quando já passou. Contigo foi quase assim. Ainda agora chegaste e já te foste embora. Quase nem deu tempo para perceber quem és, ou o que "cá" vieste fazer. Talvez seja melhor assim... provavelmente ficares só ia trazer muita confusão...

Só fico com pena que este nosso "encontro" não tenha acontecido noutras circunstancias, quem sabe poderia ter sido tudo tão diferente... Quem sabe...

Pessoas I

Nesta categoria quero falar de algumas pessoas da minha vida... as boas, as más... as que cá estão, as que já estiveram... Aqueles que sei o nome, aqueles que apenas passaram por mim...
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Decidir por quem começar não foi fácil... Mas escolhi começar por alguém que não é especial para mim, que não é amigo, mas que ultimamente me tem tirado o sono, me tem irritado... 

Esta nossa relação de inimizade dura há anos, há anos que sinto que não gostas de mim, e se houve momentos em que foi difícil lidar com isso, outros houve em que me foi completamente indiferente. Foste causa de uma perda grande na minha vida. Por tua causa (ou nossa, porque te deixámos ganhar) vivi anos da minha vida sem a minha Mana, sem conseguir acompanhar o crescimento dos miúdos... E detesto-te por isso, detesto-te porque me arrancaste parte de mim. 
Calei durante muito tempo esta dor que me causaste, mas agora já não quero calar mais, nem quero fazer de conta que ela não existe. Passei anos a ter que sorrir para ti, quando nem tinha vontade de te ver respirar... 

E se até aqui o sentimento era mau, mas ainda era suportável, agora já não é. Estar nos mesmos espaços que tu é um tormento, e sabes porquê? Porque fazes questão de mostrar a todos que estás chateado comigo (sem que eu saiba sequer o que te fiz...). Mas eu sei porque é que fazes questão de o mostrar... é incrível como és vazio de escrúpulos, como estás a premeditar tudo... Podes enganar outras pessoas que acham que és um ser humano incrível, muito boa pessoa, mas a mim não enganas... és interesseiro, oportunista, cínico, manipulador...

No sábado, eu devia ter-me levantado, devia ter dito "boa noite" e devia ter-me metido com o miúdo... é a segunda vez que eu nem olho para o pequenito só porque está ao teu colo e isso é dar-te a satisfação da vitória. Nunca me devia ter vindo embora, nunca devia ter impedido que a minha mana estivesse perto de mim, porque tudo isso é dar-te mais força ti... e se o tenho feito é apenas para evitar discussões e desconforto... Mas chega... Não há razão nenhuma para me tratares assim, por isso da próxima vez eu fico e sou bem capaz de te perguntar o que é que se passa... 

Acho que nunca tive um sentimento tão negativo por ninguém... Um dia a vida vai ter que te trocar as voltas, e tu vais ter que perder...