sábado, 16 de março de 2013

Eu IX

Em seis meses vi a minha vida correr a uma velocidade que nunca pensei ser possível. O número de acontecimentos inesperados nos últimos seis meses foi enorme. 

Olhando para lá vejo que o crescimento foi tão grande... Parece que em seis meses subi dois pisos e com isso muitos degraus da vida. Se tem sido um crescimento fácil? Não, nada mesmo, alias tem sido um crescimento desgastante, duro e de muita luta. 

Perceber que há efectivamente pessoas más no mundo, daquelas que são reais para nós, que nos estão próximas, não aquelas que vemos na televisão, mas aquelas que fazem parte da nossa história de vida. Perceber que há efectivamente quem nos queira fazer mal, sem ter na verdade um verdadeiro motivo para tal (se é que há algum motivo para fazer mal a um ser humano). 

Ver as diferenças de conceitos de família e a forma como se trata quem tem o mesmo sangue... 

Sentir na pele a perda de controlo da vida e dos acontecimento, ver como de um momento para o outro passamos a ser nada, faz-me mudar a forma de ver, de estar e de sentir a vida!

Eu sou agora uma mulher com a cabeça cheia de problemas para resolver e que vai tentando priorizar da melhor forma possível as decisões e as acções. E se há momento na vida em que tudo parece uma luta constante, este é um deles. Tudo tem exigido muito esforço, muita luta, muita dedicação... 

Sinto que o cansaço já é muito, mas sei que algumas conquistas ainda vão levar tempo a chegar e que a luta ainda está para durar. Desistir tem sido uma ideia presente algumas vezes, não o é agora... agora é tempo de continuar de cabeça erguida e por mão à obra, continuando no caminho da conquista, esperando que aos poucos algumas lutas vão sendo ganhas e com isso a vida vá começando a ter um sabor mais leve. 

Por momento, sinto-me a desistir, a ir abaixo, a perder as forças, a pensar que são demasiadas dificuldades, problemas para uma pessoa só... e verdade seja dita têm sido umas quantas e todas ao mesmo tempo. Mas vem a força e a garra característica da pessoa que sou!

Talvez esteja a pagar uma conta antiga que deixei em divida algures no passado. Espero que no fim de tudo isto a conta fique saldada. 

terça-feira, 5 de março de 2013

Desabafos XXVII

Crescer dói!
Os anos vão passando e com o avançar dos passos que mostram a chegada efectiva da idade adulta, começa a ficar o sabor amargo de ter que deixar (em parte) o que foi a vida até então. 
A sensação de crescer e deixar para trás a dependência e a estrutura segura existente é assustadora. 

Crescer mete medo!
Custa dar o passo, custa assumir que é tempo de sermos nós por nós mesmos. Afirmar dentro de nós que é chagada a altura de partir rumo à nossa vida é um processo demorado e doloroso. Depois de dado este passo, nada volta a ser como antes. 

Crescer é um processo!
Processo de lutos, de perdas... processo de ganhos, de conquistas... muitas vezes um processo solitário e diferente em cada um de nós, pelas escolhas, mas mais que isso por sermos quem somos.

Crescer é preciso!
Só crescendo, e aceitando que é chegado o momento de o fazer, que há perdas inevitáveis para que outras conquistas sejam possíveis, nos podemos tornar adultos na sua plenitude. Só aí descobriremos quem realmente somos, e como faremos para chegar ao nosso objectivo maior...

Crescer é inevitável!
Por mais voltas que se dêem, por mais que se tente evitar... A bem ou a mal, acabamos por crescer!

Crescer é um degrau alto, mas necessário à vida!


Cafés XXII

As certezas foram dando lugar ás dúvidas, as esperanças ao medo, os sonhos à desilusão... À medida que o tempo ia passando, o caminho que fazia cada vez mais sentido, parecia cheio de nevoeiro e com muitos outras alternativas a aparecerem...   

As noites davam lugar aos dias, sem que o sono conseguisse permanecer todo o tempo que devia. O sorriso deu lugar às lágrimas e à cara cansada e triste... 

O tempo trouxe consigo um cenário frio, triste e cinzento que nunca pensou que viria a acontecer. 

Sentiu-se determinada a mudar o rumo dos acontecimentos. Entrou no primeiro café que encontrou. Sentou-se à mesa, pediu um café. Ligou o computador à sua frente e começou a escrever uma carta. A carta tinha já mais de duas páginas, ali está a tentar transparecer tudo o que há dias não lhe saía do pensamento. Escreveu sem parar, até que sentiu que não havia muito mais a dizer. Guardou o documento, desligou o computador, pagou o café e saiu. 

A carta foi entregue às pessoas que pretendia que fossem, foram quatro cartas... Mas não foram entregues por si... E quando os destinatários as receberam já ela estava do outro lado do oceano, sentada a olhar o mar com uma chávena de café entre as mãos.