sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Partilhas XXXVI


Partilhar o balanço de um ano de existência nem sempre é fácil... até mesmo fazê-lo... Por isso 2012 fica guardado como o ano da agitação e o único balanço que faço dele, é que felizmente traz 2013 logo depois de si! 


Muitos desafios... Muitas conquistas... Que 2013 seja o ano dos bons ventos e das boas marés!

Historias XXXVI

Ficou a trabalhar até tarde, já todos tinham saído para as suas vidas e ela tinha ali ficado. Era noite de passagem de ano e tinha recusado todos os convites, não queria estar em nenhum daqueles sitios, nem com nenhuma daquelas pessoas.

Foi-se deixando ficar na sua secretaria a resolver assuntos adiados ao longo das últimas semanas, à medida que as horas iam passando. Pegou no telemóvel para ver as horas quando se apercebeu que estava desligado, ligou-o ao carregador, mas esqueceu-se de o ligar. Resolveu terminar mais um documento, e depois ia para casa. 

Mora sozinha há cerca de seis meses e ainda sente um vazio grande quando entra em casa e não tem ninguém à espera. 

Desliga o computador, pega no telemóvel e nas suas coisas e vai embora. Desliga a luz, olhando para trás com um sorriso no rosto, como se ali conseguisse ser feliz por um bocadinho. 

Entra no carro e pensa que não tem nada especial para jantar, resolve parar num restaurante que encontra no caminho e escolhe algumas coisas para levar para casa. Pega em tudo, põe no carro e segue rumo a casa. Pára num sinal vermelho e vem-lhe à memoria a sua passagem de ano do ano anterior... apercebe-se que ainda não fez o balanço do ano, mas rapidamente percebe que muita coisa mudou e muita coisa ficou pelo caminho.

Passa algum tempo à procura de um lugar para estacionar, não queria que fosse longe porque ainda tem algumas coisas para levar para casa. Passa duas vezes perto de um carro que lhe parece familiar, mas não liga. 

Aquela casa tinha sido escolhida pelos dois, mas seria para ele... Ainda lhe dói  pensar que tudo acabou... ainda lhe custa a aceitar que está ali sozinha... Mas sabe que tem que ser assim, não dava mais para continuar a aceitar o comportamento pouco determinado e pior, a agressividade e impulsividade que o tornavam numa pessoa que a assustava. Assim, ele foi embora, e ela ficou... sozinha! Têm sido meses difíceis porque ele não desiste, e ela só quer ser livre e feliz! Nos últimos dias ele deixou de a procurar e ela pensa que talvez tenha decidido começar o novo ano a bem. 

Finalmente encontra um lugar, estaciona, tira as coisas do carro, abre a porta do prédio, sobe as escadas, mete a chave à porta e a porta não estava trancada. Pensa em como é possível ter-se esquecido disso. 

Vai directa à cozinha pousar as compras, depois vai ao quarto deixar a mala e o resto das coisas, dirige-se à sala, acende a luz e dá um grito... 

Talvez ele tenha mesmo resolvido começar o ano a bem... ao lado dela, tal como no ano anterior!

segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Dias XXV

Um dia vai ser Natal!

Hoje é noite de Natal! Hoje nasce o menino! Hoje nasce a esperança de um novo caminho, a esperança de uma vida melhor, de mais concretizações, mais desafios, de um passo em frente rumo ao objectivo final que é a Felicidade!

Ainda que nem tudo seja bom, ainda que haja magoa, desilusão, ainda que não estejam ao nosso lado todas as pessoas que gostaríamos, ainda que o nosso corpo e o nosso pensamento não partilhem o mesmo espaço físico, importa sentir este dia, como o Renascimento da Fé em Jesus Cristo, mas da fé em nós mesmos.... 

Hoje fica o desafio, o desafio de acreditarmos em nós e na nossa capacidade de fazer o caminho para lá chegar. 

Se hoje não pode ser como sonhámos, ou como gostaríamos que fosse, é porque ainda não tem que ser, e assim quando for vai ser tão melhor, tão mais intenso... é assim com tudo o que queremos e nos dá luta para o conseguirmos... 

Mais que um Feliz Natal, é dia de desejar que sejam capazes de deixar a esperança entrar nos vossos corações!

Encontros XVI

Há encontros que nos marcam para a vida, que nos mudam a vida e nos confirmam os caminhos que vimos trilhando pouco a pouco. 

Há momentos que desejamos muito, mas que nunca pensámos como iriam acontecer, na realidade acho que nem nunca pensámos que iriam acontecer... 

Quando o céu e o mar se juntam no infinito, quando dois corações se unem numa vida e dois seres se encontram debaixo na mesma luz nada mais que um "SIM para sempre" pode surgir... 

Encontrar na resposta a uma pergunta sincera o caminho do futuro, é certamente assustador, mas é também o encontro perfeito com quem somos. E se por um lado, é difícil perceber que afinal somos quem julgámos nunca vir a ser, por outro lado, começa a ser bom sermos não quem somos, mas sermos com quem somos... 

E este encontro resultou no último pedido, no definitivo... E não poderia ter como banda sonora outra... Só o mar nos consegue mostrar como nos devemos comportar perante a vida... Renascer a cada dificuldade, mostrando sempre que o caminho continua. 

E este encontro foi mais um, de tantos que aí vêm, mas foi o encontro por tudo o que dele vai surgir!


domingo, 16 de dezembro de 2012

Família I



Começou há mais de sete anos o sonho de uma família. Dois jovens, na flor da idade, com a certeza de que tudo é possível e vendo apenas as coisas boas, não pensando nas dificuldades, deixaram-se apaixonar de forma tão rápida como intensa. Durante alguns meses conseguiram manter a chama da paixão, a entrega ao mundo da ilusão e dos sonhos... mas as diferenças, a distancia, e os esfriar dos sentimentos acabou por determinar o final drástico e definitivo de uma relação que, na verdade acabou por não deixar grandes estragos. 
E passaram sete anos na vida de cada um... caminhos distantes e desconhecidos, nunca mais falaram, nem souberam nada um do outro... 

A família dela cresceu, mas não por ela, foi um crescimento indirecto... A dele cresceu... cresceu e deu frutos... um fruto... meigo, terno e fruto de uma relação posterior àquele namoro de jovens inconscientes....

O reencontro inesperado que a vida causou, trouxe a surpresa dos sentimentos, a incerteza do futuro e a novidade do caminho da família... uma nova família... uma família diferente... onde acima de tudo deve existir a ternura, o acolhimento e a sinceridade do amor entre adultos e a transparência do amor entre adultos e crianças...
Uma família tradicional ou moderna?! Apenas importa que seja uma família capaz de superar o mau para atingir o bom!

De dois, passaram a três, um dia a quatro e quem sabe a cinco...  

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Crianças V

Um dia vi uns braços abertos e um sorriso que saltava nos olhos... Ainda que a distancia de um monitor não permitisse sentir o toque, foi dos melhores abraços que alguma vez senti. 

Há crianças que sentimos como nossas mesmo sem serem. Que nos enchem a alma, o coração e a cabeça. Nos preocupam como se fossem nossas. Sentimos por elas as dores, as ansiedades, os medos. Passamos horas à espera de novidades, noites acordados a pensar no que irá acontecer. E estas crianças não são nossas, mas o que sentimos não é isso. 

Foste rápido a entrar no meu coração, e no meu mundo de preocupações. No meio de todas as dificuldades, no meio de tudo o que aconteceu hoje, o que mais me preocupa és tu e tudo o que isto te está ou virá a causar!

As crianças não têm culpa das asneiras dos adultos, não têm... e se tu, és, sem culpa, a causa de uma parte de toda esta confusão e de muita desta dor, és também a causa de muitos sonhos e de muitos sorrisos. 

Eu sei que talvez nunca venhamos a estar lado a lado, e talvez nem nunca venhas a saber quem sou, ou quem fui... Mas independentemente disso, acho que te consegui amar... acho que te consegui desejar efectivamente na minha vida, acho que sonhei contigo muitas vezes... mas uma coisa tenho a certeza, preocupei-me, muito, mas mesmo muito contigo ao longo deste tempo...
E hoje, sei que te devo um pedido de desculpas... por, de alguma forma, estar a causar esta tempestade na tua vida... se algum dia te vier a ter ao meu lado, espero que me perdoes, me aceites e me deixes amar-te...

Sabes R, aconteça o que acontecer valeu pelo pouquinho que foi sentir que tinha um "filho" para amar!

Sonhos VI

Há medida que o ano se aproxima de forma veloz ao seu termino, percebo o quanto mudei no decorrer deste doze meses, como a minha vida se alterou. Ma vejo principalmente como passei a relativizar alguns sonhos. Ou por outra como passei a deixar de ter força e vontade de os concretizar. 

Se 2011 tinha tido um final difícil, 2012 foi ao longo de todo o ano, cheio de momentos e situações muito complicadas de aceitar e viver. Na verdade, nem todas estão aceites e não sei se algum dia estarão.

Os dias correm e o tempo que fica para reflectir no que está a acontecer é quase nenhum, a forma como nos deixamos levar pela vontade da corrente é desesperante, por momentos parece que deixamos de comandar a nossa vida e isso passa a ser feito por outras pessoas. 

Sonhei com um 2012 muito diferente daquele que acabei por ter. Sonhei com um ano cheio de concretizações e na verdade foi um ano de mudanças, de feridas e principalmente de mudanças na minha estrutura de suporte. Quando nos roubam a hipótese de sermos o que julgámos que íamos ser é importante parar e pensar se ainda nos reconhecemos na pessoa que nos estamos a transformar. 

Hoje sei que os meus sonhos de vir a ter uma vida tradicional, provavelmente não se vão concretizar. Por mim, e por aquilo que 2012 causou no que penso e no que sinto quanto à vida em sociedade. 

Esta noite sonhei que estava longe, tão longe daqui que podia ver de cima tudo o que "aqui" se passava... e não gostei do que vi. 

Talvez o mundo, como eu, precise de novos sonhos!