quinta-feira, 28 de abril de 2011

desabafos III

Hoje na aula diziam-nos que a linguagem das mãos e do olhar eram das linguagem mais complexas e mais importantes na interpretação das relações humanas...

Só quero partilhar que gosto do teu olhar, que me agradam as tuas mãos e mais gosto de trocar olhares contigo e entrelaçar as minhas mãos nas tuas... gosto do início de movimentos conjuntos que as nossas mãos fazem e das palavras que trocamos em silêncio olhando dentro um do outro...

Um dia saberás que foi pelo teu olhar que me aproximei de ti... talvez seja hoje, talvez amanhã, talvez mais tarde... um dia saberás...

Histórias V

Sentada num banco no meio da natureza... um banco sozinho algures onde só o vento e os pássaros se faziam ouvir... lia um livro de reflexão sobre a vida... por momentos voei dali rumo a ti...

Ao longo da minha vida fui deixando alguns homens para trás. Hoje pergunto-me se fiz bem em deixa-los a todos... a maioria penso que sim... mas há um sobre o qual não sei mais o que pensar...
Pergunto-me se não terei desistido demasiado cedo, pergunto-me se não devia ter tentado novamente, se não devia procura-lo e dizer o que ainda sinto...

Um homem que nunca vou esquecer, que será sempre o homem com quem sonhei casar, com quem sonhei construir família...

Voltei de novo ao banco e ao livro... tu ficaste lá... longe... e ainda não sei o que fazer contigo... para já ficas lá e eu aqui... não te vou mexer não vá acordar tudo o que, ainda assim, tenho conseguido manter adormecido por uns tempos...

Os Ecos da Vida são hoje diferentes dos que terei amanhã, mas espero que sejam sempre de esperança e felicidade...

sexta-feira, 22 de abril de 2011

partilhas VIII

"Somos nós, com os nossos passos, que vamos fazendo o nosso próprio caminho. Há quem corra demasiado depressa e perca a alma no trajecto, há quem mude de ideias e arrisque um atalho, há quem não saiba escolher a melhor direcção quando chega a uma encruzilhada, há quem deixe pedras pelo caminho para não se perder, se precisar de voltar para trás."
 Independentemente do que fazemos somos nós que vamos fazendo o caminho... estes dias serão de entrada num novo caminho, de renascimento, de recomeço... Não sei se me vou perder, se vou voltar, se vou saber escolher, nem sei se vou deixar pedras para voltar... mas sei que até aqui me orgolho do caminho que fiz...
Vou... mas volto... em breve  

domingo, 17 de abril de 2011

Histórias IV

Cheguei, desliguei o carro, peguei no telemóvel e enviei-te uma mensagem a dizer: JÁ CÁ ESTOU!

Esperei, cada segundo parecia uma hora. Tinhas-me ligado à tarde a pedir que nos encontrássemos porque querias falar comigo, mas não quiseste dizer qual era o assunto. Assim, depois de jantar lá estava eu, dentro do carro à tua espera, cheguei 10 minutos antes da hora combinada...

Ouvi um carro parar ao meu lado, eras tu. Fizeste sinal para que entrasse no teu carro, assim fiz.

Assim que entrei, antes de dizeres "boa noite", agarraste-me na mão, olhaste-me nos olhos e aproximaste-te... recuei... afinal o que estava a acontecer ali?

Pediste desculpa, e eu fiquei a olhar para ti e a ouvir-te dizer tudo aquilo que tinhas para me dizer... quando acabaste, agarrei-te a mão, aproximei-me e ninguém recuou... ficámos ali, naquele beijo prolongado, perdido, unico... primeiro e último... Não mais voltará a acontecer...

Saí do teu carro, entrei no meu... liguei-o e segui, no caminho só pensava em como queria ter ficado e em como te iria olhar amanhã quando chegasse ao trabalho...

Cheguei a casa, subi a correr, entrei no quarto e chorei, chorei por não entender porque é que é sempre tão complicado, porquê?

Quis enganar-me, quis fazer de conta que não estava acontecer, mas a nuvem passou e o sol mostrou ao mundo aquilo que não queria que ninguém descobrisse... que gosto de ti...

desabafo II

Apetece-me perguntar se elas têm razão... apetece-me ligar-te e dizer: vamos beber café... queria ter a coragem para te olhar de frente e perguntar o que se passa connosco, o que é que vamos fazer...

E porque é que tenho medo?

Porque bati de frente da última vez que tentei seguir em frente, é certo que tive a infelicidade de me cruzar com alguém com muita falta de princípios, de carácter, mas ainda assim deixou um ferida e muitos medos...
Porque és mais velho que eu...
Porque nos conhecemos num contexto muito específico...
Porque sei muito pouco de ti...
Porque aquilo que nos une torna "um algo mais" quase impossível...

Só queria ser um bocadinho mais irracional e arriscar olhar-te/sentir-te sem medos...

Partilhas VII

Hoje quando cheguei e percebi que não ias ficar na minha mesa senti um misto de alivio e irritação... Na verdade é o que tenho sentido nos últimos tempos...
Sentei-me de costas para a tua mesa e tu de costas para a minha. Quis evitar-te, e consegui durante todo o almoço, durante o início da tarde, mas depois levantaste-te e vieste sentar-te na nossa mesa. E continuei a evitar olhar ou mostrar-me muito interessada. Levantei-me, fui até ao gabinete e pouco depois apareceste tu... mal te falei... DESCULPA!

Não sei o que sinto, e esse é o grande problema... e nem sei bem o que posso sentir, ou mesmo o que devo fazer...

Sei que na quarta-feira houve um momento de eclipse... perdemo-nos no olhar um do outro e, por momentos, saídos daquela reunião. Mas isto não pode acontecer... Aliás nem sei se está a acontecer...

Ah... como queria saber o que fazer! Se pelo menos conseguisse entender o que tu queres...

domingo, 10 de abril de 2011

Histórias III

Estava sentada à espera que o comboio chegasse. Ao que parece não ia chegar tão cedo havia constrangimentos na linha. Chegaste tu! Sentaste-te ao meu lado, olhavas em frente, assim como eu... de nós os dois não sei qual tinha o olhar mais vazio.

Ali ficámos a ver passar as pessoas, algumas que chegavam outras que desistiam de esperar,nós permanecíamos ali, a olhar em frente, quem sabe a planear o futuro, ou com o olhar e a mente tão parados quanto nós... O comboio chegou, eu levantei-me, tu não. Será que irias ficar? Assim que o comboio parou também te levantaste e seguiste os meus passos, entrámos os dois. Desta vez sentaste-te à minha frente, olhaste para mim e sorriste com ar tímido...

Sem que consiga explicar como, começámos uma conversa muito agradável, sorrisos, muitos sorrisos... senti-me viva, inteira, cheia, a olhar o presente, a viver o presente... aquela viagem passou a correr, a dor que levava comigo antes de entrar naquele comboio nem me veio à ideia durante o tempo que estivemos a conversar.

A minha estação chegou... tive que te dizer adeus... de sorriso no rosto e com um "até logo"...

Será que esse "logo" vai levar muito tempo a chegar?

Lembro-me do teu olhar, do teu sorriso, e dos gestos das tuas mão... gosto de ti... :)



desabafo I


Os dias vão passando, os afazeres são tantos, parece que somos engolidos, pela rotina, pelo trabalho, pela exigência social...

Acordar de manhã ir para o trabalho, trocar de trabalho a meio do dia, chegar ao fim da tarde e ir para as aulas, chegar a casa e estudar ou preparar algumas coisas do trabalho... e o resto? Onde fica a família e os amigos no meio disto?

O que me deixa triste é que sinto que estou a perder coisas... ontem foi uma sensação de desapego tão grande... não sei... a família entende esta fase mais ocupada e apoia, mas alguns amigos... não sei... acho que não entendem...

Depois de ler tanta coisa sobre sofrimento, luto e depressão... estou... cansada... agora apetecia-me pegar no carro, ligar-te... encontrar-te numa praia, ver o por do sol, sentir o teu abraço e relaxar... sentir que me compreendes e apoias...

"o tempo pára só para eu respirar um pouco"

domingo, 3 de abril de 2011

partilhas VI

Regresso ao passado...


Sentei-me de pernas cruzadas em cima da cama, rosto entre as mãos, lágrimas a escorrerem pela cara...
Partiste dizendo que era melhor assim... que era a única forma de eu seguir em frente, de ser feliz... voltaste e pediste para te dar uma oportunidade para recuperarmos a nossa amizade porque tinhas percebido que não fazia sentido ficarmos sem ela...
Não te dei essa oportunidade, disse-te que tinha seguido em frente e que te tinha deixado juntamente com a nossa história, lá a trás, no passado. 
A verdade é que não deixei, não consigo deixar, por mais que tente seguir em frente e fazer tudo certinho, tenho sempre uma recaída... 
Bolas, com isto tudo deixei de te ter por completo... nem como amigo te tenho mais... se tivesses ideia de como me sinto, se te pudesse dizer como me fazes falta... mas não posso... Alimentar mais esta história é crueldade para todos... 
Resta-me vestir a capa e continuar a fazer de conta que não te sinto a falta, que já não choro por ti, que segui em frente e que tu és apenas uma memória longínqua... 
Resta-me fechar os olhos e relembrar aquele sonho... será que ainda te lembras? Eu contei-te... tu e eu lado a lado sentados na relva, uma criança a correr à nossa volta, e a tua mão na minha barriga...
Ficam memórias... e como alguém dizia esta semana... tudo passa, a dor passa sempre... resta-me esperar... pode ser que a capa passe a fazer parte de mim e se torne naquilo que sou realmente...
Parei de chorar, olhei em frente...só não quero magoar ninguém... tenho que ser capaz de te deixar quieto na minha memória... tenho que conseguir entregar-me de novo... tenho que conseguir ser feliz com outro alguém...

"o teu coração vai voltar a bater ao ritmo de outro coração que não o meu, vais conseguir dizer o nome daquele que te fará feliz"