segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Porquês VIII


Hoje apenas me pergunto: Porque é que sinto, efectivamente, a tua falta?

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Cartas IX

"O amigo que consegue estar calado connosco num momento de confusão ou desespero, que pode ficar ao pé de nós numa hora de desgosto e pesar, que tolera não saber… não curar…é este o amigo que verdadeiramente quer saber de nós." (Henri Nouwen)

Tu és esta amiga verdadeira e eu sei que  sim, não tenho dúvidas disso, nenhumas mesmo. Aliás és bem mais do que uma amiga verdadeira, és a minha Mana, a minha mana mais velha, mas daquelas verdadeiras, daquelas que faz asneiras, que precisa de colo e de levar na cabeça, que me dá colo, que me dá na cabeça, que me adora e de quem eu gosto mais que muito... Não és perfeita? Quem é? E se fosses perfeita não te achava piada, gosto de ti assim, distraída, egocêntrica, brutinha... 

Mana, a única coisa que te está a faltar é perceber que não tens que saber tudo e muito menos tens que curar as minhas feridas, não deves querer fazê-lo, nem eu devo esperar que o faças...

Sinto-me mal por saber que estás triste porque pensas que não consegues chegar a mim, consegues, acredita que consegues, achas que se não conseguisses sabias metade do que sabes? Achas que se não conseguisses eu te pedia para me abraçares? Achas que se não conseguisses cá chegar eu me dava ao trabalho de pensar em ti a cada dia? 

Mana, estamos a aprender juntas a ser o melhor uma para a outra, não te sintas triste, simplesmente compreende que eu sempre resolvi os meus problemas sozinha e agora é difícil partilha-los... 

Queres que te prove que chegas a mim? Na segunda quando formos almoçar, deixa-me deitar a cabeça no teu colo e deixa-me chorar... pergunta o que quiseres, mas pergunta-me a olhar nos olhos...  

Acredita que o simples facto de ter quem me diga "bom dia" e "dorme bem" todos os dias é mais de metade daquilo que eu preciso... é isso que mais me faz falta, mais do que tentares arranjar uma solução para os meus problemas, eu preciso simplesmente de sentir que quando bater no fundo (novamente) vou ter um colo, vou ter um ombro, vou ter alguém que me vai abrir os braços sem julgar... e isto eu sei que tenho em ti...

Por favor, aceita que chegaste a mim, aceita que és a melhor mana do mundo e... NÃO FIQUES TRISTE, por favor!
Adoro-te Mana do meu coração!

Histórias XVIII

Sentou-se sozinha na mesa junto da janela no restaurante do costume. 
Fez o pedido e enquanto esperava fixou o olhar na rua e deixou o seu pensamento voar no meio das muitas perguntas que lhe enchem a mente nos últimos dias. Sente-se perdida no meio de tantas situações que não previu e não consegue controlar...


Na verdade, sabe que se apaixonou, sabe que aquele porto que acreditou que um dia ia chegar, chegou, o problema é que não pode ser o seu porto... Sabe que tem duas forma de enfrentar o que aconteceu, ou foge ou arrisca. Seria fácil arriscar se não tivesse consciência, se não se regesse pelos princípios de vida que rege... assim, resta-lhe fugir... Ou será que pode ficar?

Enquanto se perde nestas perguntas, chega o pedido, dá um salto como se tivesse sido acordada. Come lentamente, sem perceber o sabor do que come. Acaba de comer, pede a conta, paga e sai... 

Regressa a casa, em passo lento e sempre com uma nuvem de perguntas na cabeça. Chega à porta de casa e antes de entrar percebe que esta é a oportunidade que a vida lhe está a dar para ser ela, para lutar pela sua felicidade e para não fazer o que a sociedade espera que faça... Põe um sorriso no rosto e entra em casa...

Liga-lhe e diz:
"Quero ficar, não quero fugir. Quero perceber o que sentimos. Este é um caminho tortuoso e vamos comprar uma grande guerra, sei que sim, mas na vida tudo o que é bom é difícil de alcançar... As coisas que chegam facilmente também se vão embora da mesma forma..."

Depois de desligar ficou a sentir-se leve e pronta para o que aí vinha, sabia agora que a decisão era sua e que vale a pena lutar por si.

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Café VI

Hoje apetecia-me tomar café contigo... Pegar no carro ir até aí, ligar-te (sim, porque só posso usar o teu número se passar por esses lados...) e convidar-te para tomar café...

Queria sentar-me contigo numa mesa de café e perceber o que é que se está a passar aqui. Ontem fiquei com a cabeça às voltas depois da nossa conversa. 

Se soubesses como me sinto... se eu própria conseguisse perceber o que sinto... Queria olhar-te a alma, queria conseguir dar um sentido a isto tudo e queria oferecer-te a minha companhia num café... Um café de encontro, um café forte, um café de tomada de consciência... Na verdade, um café de confronto com sentimentos, princípios de vida e de encontro de olhares...

Sabes, tudo tem uma razão de ser, só temos que tentar encontrar uma razão para tudo isto... 

Já sinto a tua falta... e não posso, nem devo senti-la... Sabes porquê? Só e apenas, porque ninguém iria entender... ninguém iria aceitar... e eu simplesmente não tenho forças para comprar uma guerra na qual ainda nem entendi se tu quererias entrar... 

Ao que parece já não vou a tempo de evitar... agora é apanhar os cacos e seguir em frente...

Hoje, deixo-te uma pergunta: Queres ir tomar café?

Cartas VIII

Cada um que passa na nossa vida passa sozinho, pois cada pessoa é única e nenhuma substitui outra. Cada um que passa na nossa vida passa sozinho, mas não vai só, nem nos deixa sós. Leva um pouco de nós mesmos, deixa um pouco de si mesmo. Há os que levam muito; mas não há os que não levam nada. Há os que deixam muito; mas não há os que não deixam nada. Esta é a maior responsabilidade da nossa vida e a prova evidente de que duas almas não se encontram por acaso.
(Antoine De Saint-Exupéry)

Cada um que passa na nossa vida passa sozinho, pois cada pessoa é única e nenhuma substitui outra.
És uma pessoa única, com todas as características que fazem de ti esse ser detestável e adorável em diferentes momentos... Trouxeste à minha vida o sabor da “loucura”, da compreensão, a certeza de que tinha alguém que me conhecia e em quem podia confiar...Não foi fácil chegar a ti, vestes uma capa, mantens essa postura pois dizer ser “ má pessoa”...Mas por alguns momentos pude conhecer-te... verdadeiramente?! não sei, pelo menos vi para lá da capa, não sei quão fundo fui, mas fui o suficiente para ter ficado fascinada...
Não apareceste para substituir ninguém, ocupaste, lentamente, o teu espaço, na minha vida, na minha história, no meu pensamento, no meu coração...

Cada um que passa na nossa vida passa sozinho, mas não vai só, nem nos deixa sós. Leva um pouco de nós mesmos, deixa um pouco de si mesmo. Há os que levam muito; mas não há os que não levam nada. Há os que deixam muito; mas não há os que não deixam nada.
Quanto levaste tu não sei, não faço ideia! Levaste conversas, sorrisos, segredos, sonhos, momentos de serenidade, uma experiência diferente? Não sei se levaste tudo isto, mas espero que tenhas levado a certeza que foi muito importante para mim...Espero que me tenhas levado contigo, por mais irrelevante que tenha sido para ti!
O que deixaste, isso sei... Mas é difícil descrever. Deixaste momentos bonitos, deixaste muito carinho, confiança, ensinamentos importantes... Deixaste-me a ideia de que sou uma pessoa especial! Mas deixaste também um rasto de incerteza, de dúvida, de confusão... Porquê? O que é que aconteceu? Afastares-te assim, mas porquê?
Espero que tenhas levado o suficiente para um dia queres voltar...

Esta é a maior responsabilidade da nossa vida e a prova evidente de que duas almas não se encontram por acaso.
E que mais há a dizer? Houve uma razão, teve que haver. Tudo fez sentido, naquele momento, naquele contexto, com aquelas pessoas que éramos.
Resta-nos perceber que tudo muda e que isso faz com que tenhamos que reinventar o nosso espaço na vida uns dos outros!
Espero que voltes, continuas a ter um espaço para ti nos meus dias...


Enfim, duvido que algum dia chegues a ler isto, mas fica o registo de que continuas a ser importante para mim, e que não te quero esquecer, porque não devemos esquecer as pessoas importantes na nossa vida, quero apenas reposicionar-te na minha vida!
Fico à espera que um dia resolvas voltar, simplesmente voltar, já nem quero perceber o que aconteceu, quero apenas voltar a saber de ti...

(escrita há muito tempo para ti e perdida num outro espaço... agora já aqui está...)

domingo, 23 de outubro de 2011

dias XII

Um dia vou sentir que estou no caminho certo.

Não sei quando é que esse dia vai chegar, sei que não é hoje... 
E sei que hoje em particular estou muito perdida... Na verdade acho que ando a alimentar guerrinhas com algumas pessoas sem sentido... Às vezes pergunto-me se não devia falar com elas explicar o que sinto, perceber o que sentem e tentar resolver tudo... 

Não sei mesmo se estou no caminho certo, nem sei tão pouco em que caminho estou.

Hoje queria sentir uma coisa que não sinto... Queria sentir-me VIVA!

sábado, 22 de outubro de 2011

Desabafos XII


Enquanto fazia uma pesquisa num motor de busca, vi esta imagem... E como isto é verdade... Hoje senti-me assim grande parte do dia... Alegria?! Felicidade?! Hoje estão muito longe, mas tive que andar de sorriso no rosto o dia inteiro, quebrei um bocadinho ao final da tarde... 

Queria ficar sozinha, poder estar triste à vontade, chorar, gritar... Mas depois a sociedade não me deixa fazê-lo publicamente, porque há posturas e imagens a manter... E se uma pessoa não sorri é porque é mal educada ou carrancuda... bolas, as pessoas podem simplesmente estar tristes, não?!
Deixem-nos ser aquilo que somos, deixei-nos mostrar o que sentimos, não se metam... Se eu quiser falar vou ter com alguém em quem eu confie, não vale a pena perguntar: "porque estás com essa cara?"... Estou porque quero estar e não quero falar disso contigo... 

Simplesmente deixem as pessoas estar como elas querem, não se metam... Se as pessoas quiserem falar elas procurar as pessoas certas e se não és a pessoa certa, não te metas... 

Queria tirar o "papel"... deixar cair a capa...

:(

Histórias XVII

O jantar acaba e entram no carro, ele vai deixa-la a casa. Conversam sobre coisas normais de casal apaixonado... Chegam à porta da casa dela, ele estaciona, desliga o carro, tira o cinto e começam a conversar olhos nos olhos... Naquela noite fazem contas, decidem a data do seu casamento, falam de filhos e dos nomes de que gostam, rapidamente chegam a um consenso e tudo parece perfeito... Anos depois, pensam na hipótese de irem viver para outra cidade... 

A verdade é que amanhã chega a data que tinham escolhido e já nem se falam... anos de amizade, anos de um relação conturbada chegam ao fim e deixam apenas um vazio e a ausência.

Hoje ela deita-se a pensar no local onde gostava que a cerimonia tivesse sido, nas músicas e nas pessoas que escolheria para cantar, nos padrinhos, no vestido, nas fotografias... Deita-se a pensar que amanhã vai acordar e não há casamento...

Ele deita-se a pensar na festa que terá amanhã, nem se lembra da data, nem se lembra dela... Amanhã vai acordar, vai sair para correr, vai voltar a casa e preparar-se para almoçar com a sua nova princesa... 

Ela sabe uma coisa, se algum dia chegar a casar, não será num dia 23... E muito da sua vida tem acontecido em dias 23... o bom e o mau... Amanhã será mais um dia, ela sabe... será um dia mau...



 Apaga a luz, vira-se, deixa cair uma lágrima, suspira e deixa-se dormir...

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Cafés V

- "Dois cafés, por favor."

E esta é a frase mágica, é sinal de que se está acompanhado. 
E a verdade é que partilhar uma mesa por alguns minutos enquanto se toma um café e se põe a conversa em dia é das melhores coisas que me podem propor a meio de uma semana de trabalho...

Hoje o café soube-me a pouco, ou melhor, a conversa foi curta, mas ainda assim é tão bom partilhar estes pequenos momentos com alguém...

Passamos os dias a correr de um lado para o outro, sempre preocupados com o que temos para fazer e nestes instantes em que se pede um café, se senta a uma mesa e se olha nos olhos de alguém tudo isso fica lá longe, o tempo para, a vida ganha gosto e sentido... Sente-se o pulsar da nossa existência!

Com ou sem açúcar, mas contigo... isso torna qualquer café muito, muito agradável de se tomar...

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Cartas VII

"Amavelmente, vais enchendo o meu caminho com as minhas flores predilectas. Silenciosamente, a minha vida agradece-te diariamente por todo o bem que  me fazes" (Goethe)

É curioso sentir essa amabilidade, essa forma serena como tens tentado encaminhar tudo. Quando no outro dia comentavas que agora tudo corre melhor, é claramente responsabilidade tua, ainda que nem sempre consigas chegar a mim, a verdade é que tens lidado muito bem com a minha frieza e o meu afastamento e isso é uma belíssima forma de me cativar. Conseguires ir-te mantendo e tentares chegar a mim é prova der que queres mesmo ficar, porque acredito que depois do que te fui fazendo estes últimos dias, caso não quisesses ficar, já terias batido com a porta... 

Eu sei que nem sempre te consigo agradecer por teres voltado a mim, e por cá estares agora, sei que não sentes que me fazes bem... Mas lá está a forma que tenho de agradecer é, por vezes, silênciosa e contrária ao que realmente sinto.
Não quero que te vás embora, nem saberia já passar os meus dias sem as tuas mensagens... Sabes, ao fim da tarde quando já estou no carro de regresso a casa venho sempre a pensar o que terás escrito no email que sei que vou ter para ler quando chegar a casa, e nos dias em que não tenho email nenhum é uma desilusão... É bom ter alguma coisa porque que esperar, é reconfortante sentir que temos alguém que se preocupa connosco, que simplesmente quer saber de nós. E é incrível como te tens tentado adaptar a tudo o que sentes ou que eu te mostro que não está bem...

Não sei muito bem que voltas a vida dará até lá, mas imagino-nos daqui por 10 anos a passear na praia lado a lado... E daqui por 20, e por 30, e 40... e quem sabe envelheçamos lado a lado num lar de luxo qualquer ;)

ah, para que saibas, qualquer sitio é bom para estar contigo por alguns instantes, simplesmente a compartilhar a minha existência com a tua...
Obrigada pelas flores que são: a amizade, a ternura, o carinho, a sinceridade, a companhia e a "família" .

Adoro-te Mana do meu coração!

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Histórias XVI

Sentou-se naquele banco de frente para aquela janela... a noite anterior tinha sido passada às voltas na cama a pensar no que lhe ia responder...

Durante o jantar, há muito combinado, da noite anterior, ele pediu-lhe uma oportunidade. Pediu-lhe apenas que o deixasse ficar por perto por uns tempos, que lhe desse espaço para ele a conquistar...

Ela senta-se ali, de frente para a janela daquele que antes ocupava o seu pensamento, aquele com quem partilhara sonhos, conquistas, derrotas... parte da sua vida... Hoje senta-se ali, apenas à espera de perceber se pode seguir em frente.

Levanta-se, liga-lhe... "Desculpa, por agora é melhor cada um seguir sozinho. Não é por ti, é por mim... Prefiro assim". Ele pergunta-lhe se tem a certeza, ela diz que sim... Segue-se um silêncio constragedor e ele apenas diz "adeus" e desliga...

Hoje, ela conseguiu seguir em frente, consegui pensar no que é melhor para si, e por agora o melhor é isso mesmo, seguir em frente, mas sozinha, começando a conhecer-se e a aprender a lidar consigo mesma.

Logo vão encontrar-se, sabe que sim, porque na verdade ele pode ficar, só não pode querer ter dela aquilo que ela não quer dar, nem a ele nem a ninguém.

Quando estiver pronta ele será o primeiro a saber e quem sabe nessa altura se possa fazer história...



Partilhas XVII

Hoje quando cheguei ao carro à hora de almoço tinha um bilhete... Uma mensagem surreal de alguém que pede desculpa por não ter tido coragem de me ir falar, que diz ser tímido, que refere ter-se encantado pelo meu olhar... e pior deixa o número de telemóvel na esperança de me conhecer... Mas anda tudo doido?!

Não posso garantir quem foi, mas ou é alguém que me tem controlado nos último tempos ou é alguém que me viu estacionar e sair do carro de manhã quando cheguei ao trabalho... Assim um rapaz que estava na carrinha do outro lado da estrada... que seguiu todos os meus movimentos... desde que travei o carro até que abrir o portão do trabalho... Mas, questiono-me como terá visto o meu olhar se estava de óculos de sol?!

Bom, o que importa é que me deixou de sorriso no rosco, não de felicidade, mas de gozo... O dia não estava de todo a correr bem e aquele bilhetinho (ridículo) divertiu-me... Enquanto conduzia volta e meia lembrava-me e lá me ria...

Ah, claro que não vou utilizar aquele número para nada, mas vou guardar o bilhete, só pela piada... 

Enfim, já nem os homens são como antes... então e ser corajoso e apresentar-se?! Ai, ai...

Coisas da vida :)

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Eu III

Tinha um sonho de futuro não muito diferente daquele que a grande maioria das raparigas da minha idade têm... Casar e ter filhos... é verdade, era um dos meus objectivos de vida... Mas de um momento para o outro acho que deixou de ser... Aliás, o tempo de concretizar este sonho estava muito próximo nos meus planos de futuro e agora já nem está longe, simplesmente deixou de estar... Sim, tinha a quinta escolhida, o fotografo... até o vestido estava mais ou menos pensado e agora acho que nada disso faz sentido...

Quero investir na minha vida profissional/académica, quero mesmo ir mais longe a este nível, bem mais longe... não para ter nome na área, mas para fazer a diferença, para conseguir realizar outros sonhos, para sentir que contribuo efectivamente para a melhoria da qualidade de vida de mais pessoas do que aquelas com quem trabalho diariamente... E isto vai levar tempo, vai exigir dedicação e é a isto que me quero dedicar inteiramente... Acredito que daqui a uns 6/7 anos devo ter chegado mais ou menos a um ponto intermédio que já me permita partir para desafios a outro nível...

Daqui a 2/3 anos quero sair de casa...

3/4 anos depois quero avançar para um processo de adopção (sim, sozinha)...

Ser mãe não deixou de ser um desejo, ou mesmo um sonho, passou simplesmente a ser olhado de uma forma diferente. Na verdade a adopção sempre foi uma situação na qual eu pensei, mas pensei no seguimento de um casamento e de filhos biológicos... agora vejo-a como a hipótese de ser mãe num futuro (distante)...

Hoje olho o casamento de uma perspectiva diferente da que olhava há uns tempos, hoje são estes planos de futuro que me fazem sentido, mas não fico agarrada a eles, nem vou sofrer por antecipação... simplesmente porque a vida já me mostrou que rapidamente nos troca as voltas e muda tudo novamente.

Para já o meu percurso académico/profissional são a minha prioridade... Por agora o casamento parece-me uma barreira à realização daquilo que eu sou... Nesta fase prefiro ser "só eu" a comandar a minha vida...


Cafés IV

Gosto do café normal, mas só com meio pacote de açúcar ou mesmo sem açúcar, dependendo dos dias, do estado de humor e da necessidade de acordar ou manter-me alerta.

Sábado ao final da tarde queria toma-lo contigo... sei que não vai acontecer, mas queria poder dizer-te como foi a minha semana, como foi o início desta nova etapa, na verdade de uma nova fase... mas isso ainda não te disse... ainda não te disse que é uma nova fase de vida, aliás acho que ainda não disse a ninguém, talvez nem a mim...

Contigo ou sozinha, sábado ou domingo vou sentar-me num sitio qualquer agradável, pedir um café e ficar ali, simplesmente a saborear a vida, porque ela foge e se não pararmos de vez em quando para respirar e saborear o vento, o calor, o frio, a chuva... a vida... acabamos por respirar e não viver.

Queria olhar-te nos olhos e dizer-te tudo o que me ocupa a alma e a mente, mas simplesmente ainda não tenho essa capacidade... desculpa! Queria conseguir fazer-te perceber que podes ficar, que nem tudo o que parece é... que eu sou difícil, é verdade, mas também me torno fácil, acessível e compreensiva desde que me conquistem e mostrem que vão ficar mais de 2 semanas... Todos nós testamos quem tenta chegar à nossa vida, uns testam conscientemente outros não. Uns têm provas mais difíceis que outros... Eu não sou consciente nos testes que faço, nem sei se são fáceis ou difíceis, mas sei que os tenho feito... e tenho pena que muitos não se queiram dar ao trabalho de tentar ficar, até porque alguns me faziam feliz... Mas se partiram é porque não era suposto ficarem, ou então eu não soube mantê-los... Preocupa-me que também te esteja a mandar embora a ti...

Posso pedir-te uma coisa? Sábado, ou domingo, quando eu parar para beber o meu café (sozinha, provavelmente) fechas os olhos e pensas em mim?

Sábado será com meio pacote de açucar, porque quero estar alerta mas não muito, porque quero passar um pouco pela ilusão de que tudo corre sem dores, sem resistências nem desistências... 

Hoje, queria que alguém novo tivesse entrado na minha vida a abanasse e fizesse diferente... podia criticar a minha insistências, mas não desistisse...

domingo, 9 de outubro de 2011

Cartas VI

"Tenho saudades tuas... Tenho saudades do teu sorriso e das tuas brincadeiras... Sinto a tua falta... Onde andas? Não quero que te percas no meio da confusão do mundo, quero-te aqui, feliz por seres o que és...
Às vezes estou em casa ao final de um dia de trabalho e apetece-me ouvir a tua voz... apetece-me ver-vos... 
Tudo o que tem acontecido tem, claramente, fortalecido a nossa amizade mas sinto falta da leveza e facilidade de uma amizade... sinto falta de falar de tudo e de nada... de estar contigo e sentir que o ar que se respira é totalmente tranquilo e agora não é...
Queria poder passar uma tarde contigo, sentadas num sitio qualquer a partilhar confidências, parvoíces, silêncios, sorrisos, lágrimas... queria simplesmente poder estar contigo...
Mas mais do que tudo o que queria ter de ti e contigo, o principal é que quero ver-te feliz, é isso o que mais quero...
 Tens-me feito falta todos estes anos, agora que aqui estás sinto-me feliz por isso, mas preocupa-me que tudo isto nos desgaste e nos faça perder o sentido de uma amizade e nos faça esquecer de "nós" no meio do "eu" (do teu ou do meu)...
Quero que as nuvens passem, seja em que direcção for, mas quero que passem, quero começar a ver os raios de sol, por mais tempo que ele leve a aparecer na totalidade, quero pelo menos sentir que as nuvens estão a passar e agora sinto que ainda estão a chegar e que a tempestade ainda nem começou...
Queria muito ter-te abraçado hoje, queria muito ter olhado para os meus sobrinhos emprestados... vocês fazem-me bem e sinto a vossa falta...
Não quero ficar sem vocês... Não quero... 
Gosto muito de vocês, nunca se esqueçam disso!"

Histórias XV

"O que é preciso para começar tudo do início: coragem, determinação e uma grande dose de insanidade. Independentemente do quão grande e assustador possa ser o mar à nossa frente."
David Fonseca

Foi esta frase que ela lhe escreveu num guardanapo que tirou do porta-guardanapos que estava em cima da mesa do café onde foi tomar o pequeno-almoço antes de ir trabalhar. Pegou no guardanapo enfiou-o no bolso de trás das calças de ganga que vestiu pela manhã a fazer conjunto com aquela blusa preta e o blusão cor de rosa. Tinha calçadas suas botas pretas de salto alto e nas orelhas aqueles brincos simples, apenas com uma pérola branca, mas que faziam toda a diferença.Na mão esquerda apenas o relógio prateado que tanto gostava...

Saiu do café, dirigiu-se para a reunião que teria durante toda a manhã, depois da reunião estava livre, não tinha trabalho da parte da tarde. Como calculou acabar a reunião antes da hora de almoço, ligou-lhe pela manhã e fez o convite para almoçar. O convite foi aceite...
 
Entrou na reunião, concentrou-se no que ali estava a ser discutido e durante 4 horas apenas isso lhe preencheu a mente...  foi a primeiro vez ao fim de algumas semanas em que o conseguiu fazer, até ali era constantemente assaltada pela preocupação, por pensamentos que nada tinham a ver com trabalho...

Saiu da sala de reuniões, pegou no telefone e já tinha uma mensagem que dizia: "cheguei!". Dirigiu-se para o restaurante combinado. Chegou perto da mesa e antes de se sentar tirou do bolso de trás das calças o guardanapo que tinha guardado de manhã, colocou-o em cima da mesa... Ficaram a olhar para o que estava escrito. 
 
Sentou-se. Pediram. Mantiveram-se em silêncio.
 
Chegou o pedido e ela simplesmente disse: "Estarei ao teu lado para navegar contigo nesse mar, não tenhas medo, não te assustes, vamos chegar à margem, ao mesmo tempo, mesmo que tenhamos que parar pelo caminho para descansar... Mas vamos chegar!"

Guardou o bilhete, e começaram uma conversa agradável sobre o dia a dia...


Naquele dia, ela saiu do restaurante com a certeza de que um grande passo rumo ao futuro tinha sido dado...

Partilhas XVI

E vamos a coisas mais leves que este blog nos últimos tempos anda meio taciturno...

Falta um mês e duas semanas para o meu aniversário... E após varias mudanças relativamente à realização ou não de alguma comemoração, lá me convenceram a manter a ideia inicial de fazer alguma coisa...

Pois bem, já estou a trabalhar na temática... Vou revelar (não em primeira mão, mas quase) o tema  deste ano:

...um caminhos com 23 passos...


E para já, fica só tema, à medida que o tempo for passando vou revelando mais pormenores... Ah, mas posso dizer que vai haver verde... Não como o vermelho do ano passado, mas quero que o verde esteja presente em alguns momentos...

Aguardem pelas novidades e pelos convites ;)


Dias XI

Um dia vou perceber porque é que sinto este vazio!
 
Hoje é esse dia! Após uma pausa (ainda que curta) para reflexão, acho que finalmente percebi o que se passa comigo agora. 

É estranho não se sentir saudades de quem sempre sentimos, é estranho não ter vontade de falar com quem sempre falámos, é estranho sentir que se deixou de amar alguém quando pensámos que era para sempre. 

Hoje percebi que ao longo destes quase 6 anos, em todas as falhas nas tentativas de novas relações, eu acabava por regressar a ti, e tinha sempre a quem conquistar e tinha sempre a quem dedicar o meu tempo e a minha atenção e agora, agora não tenho.  E não tenho simplesmente porque deixei de sentir vontade de ter, não falar contigo não é uma luta, é uma situação normal... Saudades? Sabes, não sinto... Já não és uma lembrança constante, já não és a pessoa em quem penso todos os dias, já não és motivo de nada... Já não dóis!

Percebi outra coisa, percebi que ainda te amo, mas tu já não existes... É confuso? Acredito... Vou tentar explicar...
Eu acredito no amor para sempre, e eu vou amar-te para sempre, a ti por quem me apaixonei há 7/8 anos atrás,  à pessoa que eras naquela altura, a essa pessoa que eras tu eu ainda amo... A ti que existes agora, a esta pessoa em quem te transformaste não amo, nem me agrada... E não, não o digo em tom de revolta ou de forma cruel, digo-o de forma serena e sincera. 

 Há quem tenha a capacidade de amar todas as transformações que uma pessoa sofre, há amores que se conseguem adaptar a todas as mudanças, há outros que não... e o meu por ti não foi capaz disso... Amo aquela pessoa que ficou lá atrás na tua história, não me agrada esta pessoa que és agora.

E este vazio de não ter para quem voltar quando falho numa nova tentativa de me interessar por alguém, não é mau, nem bom... é um vazio que nunca tinha sentido... é a tua ausência em mim... é a prova de que estou consciente de que já não existes e não vais voltar a existir... A mudança não tem retorno.

Por isso, não te menti, ainda te amo... tu é que já não existes... 
Hoje foi o dia em que me libertei de ti... É verdade, o tempo resolve tudo!

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Vou ausentar-me destes meu espaço por algum tempo... preciso de me afastar de tudo isto...

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Desabafos XI


Quando no domingo alguém dizia que se eu estava sozinha não podia estar bem e eu neguei dizendo que estava muito bem e que neste momento de vida era assim que queria estar, pois bem, não, não é…

Das coisas que mais nos custa a assumir perante nós mesmos é que não estamos bem, que não estamos felizes com a nossa situação de vida. E não, não estou bem sozinha.

O problema é que já entrei em fase de desespero… estou sozinha há demasiado tempo…as últimas tentativas de relação correram todas mal… na realidade a última relação acabou muito antes de ter acabado oficialmente… e há medida que o tempo vai passando a capacidade de auto-gerir a minha ansiedade é cada vez menor. Isso faz com que rapidamente sufoque quem se aproxima, não deixando espaço, nem tempo para crescer o que quer que seja… Mato à partida qualquer vislumbre de interesse… E sim, eu sei que a culpa é inteiramente minha…

“Daqui a 5 anos vais pensar de forma diferente, o relógio biológico vai despertar e vais agarrar o primeiro que te aparecer à frente”… Daqui a 5 anos?! Hm… acho que já aconteceu… e lidar com este desconforto e com esta ansiedade está mesmo a destruir-me… E com isto não cativo ninguém, muito pelo contrário, afasto… Na verdade, sei que sou muito nova, mas quando me dizem isso só me irritam ainda mais…

Não é a primeira vez que estou “sozinha”, mas é a primeira vez que não estou apaixonada. É a primeira vez que não tenho mesmo ninguém, nem por quem estou interessada nem que esteja interessado em mim…

E não, os amigos, a faculdade, o trabalho… não compensam este vazio… Tenho medo do futuro… E pior, não sei como gerir esta ansiedade… Será que alguém vai ter a capacidade de se apaixonar por mim, ajudar-me a controlar a ansiedade, ajudar-me a viver um dia de cada vez e a acreditar no futuro… Será que algum dia eu vou conseguir não sufocar? Será que alguém vai ficar mais de uma semana?

E é isto que me deixa triste, vejo alguns com planos de casamento e bolas eu não sou pior pessoa que eles, nem menos interessante… porque é que comigo não funciona?

Não sei se aguento mais um sonho destruído…   

domingo, 2 de outubro de 2011

Histórias XIV

Apaixonou-se por ele, sentada em frente ao seu computador enquanto falava com ele numa das redes sociais, percebeu que estava apaixonada, que afinal aquele miúdo que anos atrás lhe parecia vazio de sentido, se tinha transformado num homem culto, interessante e fascinante...

Foi ele a procura-la num tarde quente de fim de Verão, foi ele que lhe disse que ainda a amava... foi ela que lhe respondeu nunca o ter amado...
Agora, passados todos estes anos ela comete o mesmo erro, diz não sentir aquilo que nem deu tempo para perceber. Ele afasta-se, não perde tempo à espera que ela perceba o erro que, novamente, está a cometer...
Passam-se semanas depois de ele a ter procurado, semanas em que ele não voltou a procura-la e ela começa a sentir-se consumida por essa ausência, lentamente vai percebendo que talvez lá no fundo existisse mais que simpatia... 
As semanas continuaram a passar uma depois da outra, o primeiro mês, o segundo e, chegado o terceiro mês de ausência ela decide procura-lo...

Não sabe bem como começar a conversa, não sabe bem o que tem para lhe dizer, apenas sabe que tem que o fazer. Começa da forma mais sincera e inteira que podia ter escolhido: Tenho saudades tuas! Ele olha-a com grande surpresa e responde: Também sentia a tua falta!Mas... 

E este "mas" era o problema dos dois... Mas querem coisas diferentes, mas não podem ter nada daquilo que querem; simplesmente porque não são só os dois...

Ficam assim, num "mas" eterno, que dá lugar a um silêncio demasiado cruel para que ela ali continue... Levanta-se e deixa-o sentado sem olhar para trás, mesmo depois de ele a chamar...

Ela sabe que foi ela que deitou fora a oportunidade de serem felizes, porque o julgou sem permitir que ele se desse a conhecer, porque estava presa a uma outra história, a uma outra pessoa que se revelou a sua pena maior...

Hoje sente-se triste, hoje arrepende-se das escolhas que fez... hoje percebe que ele a poderia ter feito feliz... hoje sabe que fez a escolha errada...

Chora pedindo para si mesma que lhe seja dada uma nova oportunidade... 

Ele chega perto dela ofegante porque vinha a correr para a apanhar e simplesmente a abraça com força...


Porquês VII

Porque é que a vida nos está sempre a trocar as voltas? Porque é que nos apaixonamos pelas pessoas erradas? 

Para aqueles que me conhecem deve parecer estranho escrever isto hoje, e provavelmente irão associa-lo à pessoa e à situação errada e sabem porquê? Porque tudo muda e a vida é inconstante...

Reapareces-te no momento errado da minha vida e da tua, porque que é que vieste baralhar esta cabeça agora? 
Que devo fazer eu agora? Só queria ficar sossegadinha no meu cantinho, a viver o dia a dia sem grandes agitações, era isso que queria nos próximos meses...

Apareces, agitas as águas, deixas tudo num atormenta e depois começa a fugir, mas depois voltas e depois voltas a fugir... não entendo... que queres tu afinal? Deixar-me doida? Pois bem, estás mesmo a conseguir...
Porque é que as pessoas certas aparecem nos momentos errados da nossa vida? 

Desculpa, mas agora não posso ficar para ver o que poderia acontecer... desculpa, mas não estou com estabilidade suficiente para isso... Por isso, deixa me ir, não me prendas... deixa-me seguir, quem sabe lá à frente no caminho nos reencontremos novamente, mas desta vez no momento certo... Acredita que farei por isso... mas agora, agora não forces... não me queiras ter como estou agora, seria apenas um processo de tortura para todos...

Mais à frente... se os caminhos se voltarem a cruzar... mais à frente... não aqui no meio da tormenta...