quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Desabafos XXIV


Esta era a música que passava na rádio naquela noite em que te senti ausente... em que te senti partir... na noite em que ninguém disse "adeus"... ainda que os dois começássemos a sentir que era a última noite... o último encontro... o derradeiro "adeus"...

E na verdade aquilo que nunca se pensou vir a começar, começou... aquilo que nunca se pensou possível sentir e deixar acontecer, foi sentido e vivido... e foi verdadeiramente vivido e por momentos feliz e tranquilizador... 

Não vou esquecer o bater do teu coração acelerado, o teu olhar e o toque das tuas mãos nas minhas... não vou esquecer como me senti uma princesa, como me fazias sorrir pela manhã... 

Ainda não sei se me arrependo ou não de tudo o que aconteceu, não sei se algum dia vou saber... 

Mas sei que guardo num cantinho muito especial da minha alma quem és, ou pelo menos quem foste para mim. Guardo as conversas, as horas a fio de pensamentos compartilhado, os sorrisos, as lágrimas... 
Guardo o que foi, e já não é. 

Não sei se sairemos de vez do caminho um do outro ou se mais à frente conseguiremos recuperar a tranquilidade das conversas verdadeiras, independentemente disso, sei que serás sempre guardado como alguém especial na minha existência. 

Perdoa-me...

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Partilhas XXXIV


‎"O que tem de ser, tem muita força. Ninguém precisa de se assustar com a distância, com os afastamentos que acontecem. Tudo volta! E volta mais bonito, mais maduro, volta quando tem de voltar, volta quando é para ser. Acontece que, entre o “ainda não é hora” e “ a nossa hora chegou”, muita gente se perde.”

O universo contempla de forma muito propria o que tem que ser e faz com que seja mesmo que achemos que o podemos evitar. O que tem que ser é mesmo e por mais voltas que se dê, acaba por acontecer.
A distancia e os afastamentos causam dores e moças, ansiedades e medos. Há medida que os dias vão passando e a presença não existe ou simplesmente é diferente começa a crescer a ansiedade na expectativa de quando será que tudo volta ao “normal”.
Há quem diga que o que é nosso acaba sempre por vir ter a nós, mesmo que se afaste acaba sempre por voltar.
E se não volta é porque não tinha que voltar, é porque na verdade não nos faz falta, não faz parte de nós.
Perdermo-nos no caminho da espera é mais comum do que julgamos. Mas se por vezes não nos perdêssemos no caminho não abríamos portas a outros caminhos, a outras coisas bonitas e maduras.
A história vai sendo escrita à medida que a vamos caminhando.   Quando temos a capacidade de esperar até “a nossa hora chegou” é porque chegou mesmo, é porque aí será feita a história. Não é fácil esperar, não é fácil perceber duas, três, quatro vezes que “ainda não é hora” e resistir conscientes de que a espera vale a pena, mas há um dia em que a recompensa chega.

“O que tem de ser, tem muita força.” Só ainda não percebi se tem que ser?!

Histórias XXXIV


Acordou cedo, resolveu ir andar na praia enquanto o sol aparecia no céu e todos dormiam em casa. Caminhou durante mais de uma hora junto ao mar. Fones nos ouvidos, a radio a dar as músicas de sempre e as notícias de um mundo que nem sempre se considera feliz. Mas a verdade é que na sua cabeça pairam ideias, imagens, palavras, e uma sensação que não consegue explicar. Pega no telemóvel, escreve uma mensagem que acaba por não enviar, porque há alguma coisa que a impele e outra que a impede de o fazer. Por um lado, tem vontade de o tentar conhecer, por outro tem medo das expectativas que pode começas a criar e do quanto poderá vir a sofrer com isso.

Volta a casa e está tudo quieto, pega na toalha, no seu livro e volta à praia, mas agora para se deixar iluminar por aquele sol que aquece mais um dia de Verão.
Estende a toalha, fica apenas com o biquíni, senta-se na toalha a ler… Assim que vira a pagina para começar um novo capitulo:

“Não te rias: o que mais falta me faz é conversar contigo. Imagino cruzar-me contigo num mercado buliçoso, apesar de não ir ao mercado. E decidimos almoçar, conversamos a beber margaritas; e depois voltamos para o teu hotel e conversamos mais um pouco, e conversamos na recepção do hotel até a Lua ir alta no céu e os empregados do hotel mudarem de turno e o gerente da noite nos expulsar. Quero conversar contigo, mas não faço a menor ideia do que teríamos para dizer.”

E pensa: “é isto” A verdade é que é exactamente isto que ela sente. Quer conversar com ele, queria estar horas ao lado dele a conversar, sem saber o quê, mas com a certeza de que não ficariam sem tema de conversa.

É difícil para ela mesma perceber como é que tudo isto está a acontecer tão rápido, mas tão claro e tão sincero ao mesmo tempo… Tem medo do que está a ser lido, sentido e pensado do outro lado.

Queria abrir os olhos e tê-lo ali ao seu lado, apenas para lhe dizer que ela também não lhe sabe dizer como, nem porquê, que tem medo do que está a sentir e de tudo o que rodeia esta situação, mas que ainda assim queria olha-lo, ver o seu sorriso, e conhecer uma alma que de alguma forma a tranquiliza e apaixona… 

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Pessoas VI

És a pessoa que mais facilmente me cativou pelo sorriso, um sorriso que vai para além dos lábio... sorris com o olhar de uma forma muito especial, diferente, intensa e particularmente sincera... 

Há pessoas que nos conquistam com muito pouco, sem que para isso tenho que perder muito tempo a mostrar tudo o que são, porque o seu interior passa nos seus olhos, nos seus pequenos gestos, nos seus pequenos nadas que são tudo... 

Gosto do teu ar de menino crescido com jeito de miúdo pequeno. Da confiança que se esconde na fragilidade da timidez... uma timidez descontraída, e nem sempre evidente no olhar desatento. Gosto do teu tom de voz e da ternura com que falas com as tuas origens. Gosto da assertividade e da ousadia de alguns comentários. 

Gosto da forma leve como fazes desenrolar a conversa e da forma simples como tocas a alma de quem tem a oportunidade de se cruzar com o teu sorriso. 

Não gosto quando me deixas sem jeito, e fazes comentários que me deixam envergonhada... 

No balanço do gosto e do não gosto, acho que gosto simplesmente... 

É um gostar que não consigo, não sei e não quero explicar... é tão "alguma coisa" como "aquilo" que te rodeia e me fascina... 

Hoje, és a pessoa aqui representada, no 200º texto deste meu espaço que agora também é um bocadinho teu. 

Não sei o que quero sentir mais, nem o que quero perceber mais... Sei que a ousadia me trouxe um sabor bom, ainda que hipoteticamente fugaz e só meu... 

"Algumas vezes é preciso silenciar... sair de cena... e esperar que a sabedoria do tempo... termine o espectáculo..."

Na verdade, não queria terminar nada, mas quero permitir que o tempo com a sua sabedoria que nos leva ao que de mais certo existe para nós, leve a ousadia onde ela tiver que chegar. 

Obrigada por me mostrares o teu sorriso!