domingo, 11 de março de 2012

Histórias XXX

A lua mostrava-se cheia num céu limpo e escuro, próprio de uma noite de primavera. Depois de jantar, ligou a dois ou três amigos e combinaram encontrar-se numa explanada junto ao mar. 
Arranjou-se, não muito, mas o suficiente para sentir que não saía para mais um dia de trabalho. Entrou no carro, ligou o rádio, cantou o caminho todo, música depois de música. Era uma noite leve, há muito que lhe fazia falta uma noite assim.
Foi a primeira a chegar, escolheu a mesa, sentou-se e enviou mensagens a dizer que já lá estava. Recebeu a primeira resposta a cancelar, a segunda a dizer que estava muito atrasada, a terceira com uma qualquer justificação para não ir. E sem que imagina-se  aquela noite tinha-se transformado numa tragédia. De repente estava sentada numa mesa de explanada cheia de grupos de pessoas a rirem e a conversarem, sozinha, e consciente que a sua companhia não ia chegar tão cedo. 
Acabou por pedir uma bebida qualquer, e deixou-se ali ficar, sentada a ver o mar, a ouvir a música, a desfrutar a sua bebida e a... esperar... esperar... esperar...

Quando se voltou, virando as costas ao mar, viu-o, ali sentado, sozinho... Vestia aquela camisola vermelha que lhe tinha oferecido no último aniversário que partilharam. Os seus olhares cruzaram-se, ele sorriu-lhe... Levantou-se e simplesmente sentou-se na sua mesa. 

Horas depois, estavam sentados na areia de frente para o mar, a conversar sobre tudo e todos, sobre presente, passado e futuro... O tempo passou, as pessoas foram entrando e saindo... E eles premessem ali...

Aquela noite que no início parecia incrível e que depois passou a desastrosa, acabou como surpreendente.
Quando regressa a casa pensa: A vida é surpreendente, tudo tem um tempo e um motivo, basta acreditar.

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