quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Histórias XVIII

Sentou-se sozinha na mesa junto da janela no restaurante do costume. 
Fez o pedido e enquanto esperava fixou o olhar na rua e deixou o seu pensamento voar no meio das muitas perguntas que lhe enchem a mente nos últimos dias. Sente-se perdida no meio de tantas situações que não previu e não consegue controlar...


Na verdade, sabe que se apaixonou, sabe que aquele porto que acreditou que um dia ia chegar, chegou, o problema é que não pode ser o seu porto... Sabe que tem duas forma de enfrentar o que aconteceu, ou foge ou arrisca. Seria fácil arriscar se não tivesse consciência, se não se regesse pelos princípios de vida que rege... assim, resta-lhe fugir... Ou será que pode ficar?

Enquanto se perde nestas perguntas, chega o pedido, dá um salto como se tivesse sido acordada. Come lentamente, sem perceber o sabor do que come. Acaba de comer, pede a conta, paga e sai... 

Regressa a casa, em passo lento e sempre com uma nuvem de perguntas na cabeça. Chega à porta de casa e antes de entrar percebe que esta é a oportunidade que a vida lhe está a dar para ser ela, para lutar pela sua felicidade e para não fazer o que a sociedade espera que faça... Põe um sorriso no rosto e entra em casa...

Liga-lhe e diz:
"Quero ficar, não quero fugir. Quero perceber o que sentimos. Este é um caminho tortuoso e vamos comprar uma grande guerra, sei que sim, mas na vida tudo o que é bom é difícil de alcançar... As coisas que chegam facilmente também se vão embora da mesma forma..."

Depois de desligar ficou a sentir-se leve e pronta para o que aí vinha, sabia agora que a decisão era sua e que vale a pena lutar por si.

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