quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Encontro XVII

Quando no dia 20 do passado mês, houve um encontro desastroso com um rail, quando se sente que o controlo deixa de ser nosso e a vida pode chegar ao fim, não é luz, nem paz, é medo o que se sente. 

Encontrar na eminencia do fim a força para recomeçar, é um trabalho diário e custoso. A cada instante a lembrança do terrível encontro surge sem que se consiga controlar. As noites são repletas de sobressaltos em que imagens, sons e palavras tomam conta de toda a tranquilidade que o leito de repouso devia permitir. 

Passado o susto, e consciente de tudo o que podia ter acontecido e não aconteceu, é tempo de agradecer a Deus por ali ter estado, naquele momento em que tudo podia ter chegado ao fim. Com poucas marcas físicas, ficam as outras, as que vã durar para sempre, aquelas que nunca vão deixar esquecer o que naquela tarde de dia 20 aconteceu. 

E fica este dia marcado como um ponto de viragem no caminho de uma vida. Pela forma como se passa a olhar para o caminho, como se passa a respeitar o inesperado, como se começa a entender que não temos que ter o controlo de tudo para sermos felizes. Mas mais que isso, foi num momento de "partida" que se deram os primeiros passos oficiais para o"começo".  

Quase três semana depois, a imagem não foi embora, o som ainda cá está, o medo teima em reaparecer, mas a certeza de que começa uma nova vida é grande, a sensação de que é uma nova oportunidade faz passar o medo e a angustia das recordações. 

Sem falar dos contornos estranhos do acidente, quero deixar a ideia de que o Bem vence sempre o Mal! 

Ainda por aqui ando, consciente que não controlo quando deixarei de andar!

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