quarta-feira, 4 de abril de 2012

Dias XX

Um dia as lágrimas vão ganhar!

Assumir mais uma responsabilidade, trabalhar num ideia nova, aceitar mais e mais trabalho... Durante semanas, que se têm convertido em meses é isso que tenho feito... trabalho, trabalho e mais trabalho. Esta semana devia ter parado, teoricamente estava de férias, mas não parei. Acho que trabalhei mais estes dias do que no conjunto das últimas semanas, mesmo longe do trabalho, não houve dia em que não estivesse uma a duas vezes ao telefone ou a finalizar documentos para enviar a quem está a trabalhar. 

Já é tarde, já começou um novo dia. E estranhamente, as lágrimas ganharam. Ganharam ao cansaço, ao sono, às dores físicas... simplesmente venceram tudo o que dia a dia as foi empurrando para planos profundos. 

Os últimos seis meses da minha vida são um conjunto de perdas e ganhos que não consegui digerir... As perdas têm sido proteladas dia após dia... A ideia de parar e pensar no que perdi, em como aconteceu, só a ideia me angustia. 

É verdade que tenho andado triste e isso é facilmente detectável no que tenho escrito, é verdade que a motivação para continuar a lutar é cada vez menos... mas hoje, hoje está a doer muito. Hoje sinto-me sozinha, sinto-me traída... por mim... desiludida, magoada... Pior que tudo isto, é que sinto tanto a falta de quem resolveu partir sem explicar o porquê de me abandonar assim de uma hora para a outra.Só precisava de saber o porquê para me tranquilizar. E por mais que digam que às vezes não há razão, alguma tem que haver para num momento sermos lembrados a cada instante do dia e pouco depois passarmos a seres inexistentes. 

Às vezes sinto como se algumas pessoas me tivessem enterrado sem terem dado tempo para tudo o que acontece entre a morte e o enterro. Quem sabe eu ainda tivesse a capacidade de recuperar?! Quem sabe eu não estivesse morta?! Sentir que me mataram dentro deles assim, é como sentir-me efectivamente a morrer aos poucos. Na verdade, nós vivemos, porque vivemos dentro dos outros, quando aos poucos eles nos começam a matar, quando aos poucos se começam a esquecer de quem somos, então o que fica?

Há uns anos, alguém me perguntava se eu tinha medo de ficar sozinha. Não, não tenho medo de ficar sozinha. Começo agora a sentir medo de ficar só. Tenho medo de morrer nos outros e simplesmente passar a existir. 
Porque em mim, em mim acho que já morri...

2 comentários:

  1. "Uma viagem espiritual"
    Nicholas Sparks e Billy Mills

    «As oito mentiras da Iktumi*

    1. Se eu fosse rico, então seria feliz.

    2. Se eu fosse famoso, então seria feliz.

    3. Se eu conseguisse encontrar a pessoa certa para me casar, então seria feliz.

    4. Se eu tivesse mais amigos, então seria feliz.

    5. Se eu fosse mais belo, então seria feliz.

    6. Se eu não tivesse qualquer deficiência fisíca, então seria feliz.

    7. Se não me tivesse morrido um ente querido, então seria feliz.

    8. Se o mundo fosse um lugar melhor, então seria feliz.



    Nenhuma destas afirmações é verdadeira! Não desistamos de eliminar estas mentiras da nossa vida e então será mais fácil sermos realmente felizes. Podemos ser felizes se o desejarmos e o primeiro passo será eliminar as mentiras da Iktumi* das nossas vidas.

    Acreditemos que a felicidade não depende do dinheiro, depende de nós e da nossa atitude perante a vida. A felicidade vem de dentro das pessoas, nao do que elas fazem ou do que são. Só nós proprios somos responsaveis pela nossa felicidade. Dizer que dependemos de alguem para sermos felizes é tremendamente egoísta para nós proprios.»

    O caminho mais difícil da vida é a busca pela felicidade, pelo bem-estar interior, que não é constante, é flutuante. Cada vez mais este carácter se faz notar pela sociedade em que vivemos... mas se não queremos viver em permanente angústia e infelicidade temos que procurar e encontrar, porque está lá, a força, a luz está dentro de nós. Por favor, olha para as tuas palavras e analisa criticamente! Não desperdices uma alma tão boa, tão cristalina, tão cheia de amor com buracos negros que apenas vão consumir mais e mais energia... vão-te sugar... tu não mereces fazer isto contigo própria. Tens de encontrar a tua luz... ela está lá e por vezes brilha, mas tu não permites que brilhe muito, nem por muito tempo...

    LIBERDADE... mental e espiritual... tens que a querer para ela acontecer, tens que encontrar a forma de cortar essas correntes que te prendem a coisas que não valem o desgaste, físico e mental.

    Beijo de luz no teu coração*

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    1. Curioso, hoje quando te disse que estava a gostar do livro e que até já tinha sublinhado umas frases, olha só o que sublinhei:

      "É o que acontece com o passado: está em todo o lado, mas não o vemos. Por isso, não conseguimos libertar-nos dele facilmente. Somos como um navio imobilizado por uma âncora que se agarra às profundezas. O que não significa que não sejamos capazes de a arrancar e seguir o nosso rumo."
      "Basta que cortes a corda que te liga ao passado: o vento da vida fará o resto."

      Eu percebo o que sentiste ao ler o que escrevi, mas era simplesmente o que estava a sentir... Estou a tentar cortar a corda, mas não está a ser fácil... especialmente porque me está a custar acreditar no futuro... Mas é um caminho, prometo que me vou dedicar mais a ele e que vou deixar a luz brilhar mais vezes e por mais tempo.

      Obrigada!

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