sábado, 5 de fevereiro de 2011

Partilhas II

Sentada ao final da tarde virada para o mar... ali onde um dia se partilharam verdades, emoções, sentimentos, afectos...

Ouvi o mar, e o meu silêncio interior... pensei no que aconteceu com a minha vida nos últimos tempos e percebi em como não estava a "saber viver"... escrevi esta carta para ti (sejas tu quem quer que seja):

"Na revolta das ondas, encontrei o meu porto de abrigo, agarrei-me e percebi que ali podia construir o meu caminho de felicidade. Um dia esse porto de abrigo, depois de me deixar subir, ficar e sonhar, resolveu que tinha que partir e deixar-me ficar... ali fiquei, de novo à deriva... perdida nas ondas, sem porto e a chorar... doeu sair de cima do porto, mas doeu mais vê-lo partir por um caminho que não em parece que o vá fazer feliz (admito que posso estar errada, mas a vida vai dar-nos essa respostas)... ainda que com muita dor, deixei-te ir... e vi-te partir, olhando ao longe... fiquei ali... parada a ouvir o mar, a ver-te partir...
Um dia vou encontrar outro porto, ou vou transformar-me num porto... um dia, tu vais voltar e vamos poder voltar a conversar... um dia vou contar esta historia com o olhar cheio de lágrimas de ternura e vou dizer: ali, naquele porto, percebi o que é o mar..."

Levantei-me, limpei as lágrimas, olhei o céu e a lua sorria para mim... baixei o olhar, deixei cair um lágrima, suspirei e senti-te ali, ao meu lado, a agarrar-me a mão e a dizer: "és forte, és linda, um ser que merece o melhor da vida... acredita em ti, confia Nele"

Entrei no carro e segui viagem rumo à realidade, decidida a deixar-te ir... porque quando se ama... deixa-se ir...Talvez um dia voltes, talvez um dia eu volte... talvez um dia, sem querer, nos voltemos a encontrar ali... 


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