sábado, 14 de julho de 2012

Cafés XIX

Adiando a consciência da vida, adiam-se decisões, sentimentos, emoções, lágrimas, sorrisos... Por muito que a vida nos parece demasiado curta para se pensar demasiado, há momentos em que é imprescindível parar, pensar, pesar prós e contras, decidir caminhos...

Há momentos em que é preciso decidir o que se guarda do passado e como se guarda, é importante perceber o que se quer do futuro e como se quer la chegar... 

Um pensamento depois do outro, uma dúvida somada a outra, um conjunto de incerteza que impedem um caminho sem amarras, sem dúvidas...

Há cafés que nos deixam com medo... Há cafés que sabemos que serão dolorosos, não pelo que no fim será a sua conclusão, mas por aquilo que teremos que revelar. Nos momentos em que sentimos que as nossas capas têm que ficar arrumadas e temos que ser nós por inteiro, sem protecções, desculpas, sem desvios de assunto, conscientes que teremos que passar para palavras aquilo que nos atormenta o pensamento e a alma, é difícil não ficar com medo...  

É bom partilhar o gosto pelo café com alguém, é bom sentir tranquilidade ao lado de alguém, é bom sentir que o mundo desaparece quando estamos ao lado de alguém, é demasiado cruel sentir que tudo o que é bom é condenado, e errado à luz da sociedade e por mais que gostássemos que não, à luz da nossa consciência... 

Viver perigosamente tem um preço que nem sempre somos capazes de pagar... vale a pena? 

Um café, transformado em chá, que no fim talvez seja um copo de lágrimas... 


Sem comentários:

Enviar um comentário