sexta-feira, 18 de maio de 2012

Cafés XVIII

Há momentos em que a vida nos parece ser demasiado cruel e para não a deixarmos vencer-nos, resta-nos sentarmo-nos na mesa da explana de um qualquer café da vila e ficarmos ali, sentados a pensar o que virá agora, o que será depois... 

São os chamados cafés solitários nas encruzilhadas da vida, que não servem para tomar decisões, servem apenas para olharmos de frente as culpas que temos no presente que se desenha na nossa vida. E percebe-se que mais vale beber o café sem pensar, apenas com a sensação que vivemos e o podemos saborear, ainda que não encontremos na lista infindável de contactos do nosso telemóvel ninguém com quem queiramos partilhar a angustia do presente... E também esta solidão é por nossa culpa, também ela é consequência do que já decidimos, do que já fizemos, do que já fomos e não queremos ser mais...

Há cafés assim... em que sozinhos numa mesa de café, com uma chávena de café à frente, apenas estamos nós e as nossas lágrimas... fruto apenas e só daquilo que somos... 

2 comentários:

  1. Sempre que precisares, seja a que horas for... dá-me um toque, manda-me uma mensagem... eu estou aqui!

    A vida é demasiado bela, curta e cruel para tanto sofrimento interior... deixa sair a tua luz cá para fora, liberta-te.... nós, as pessoas que gostam de ti estamos aqui para te ver desabrochar...

    Abraço*

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  2. É, a vida é realmente cruel... leva-nos sonhos e planos como se não fossem nada... deixa-nos assim, sem quê, nem porquê... sem sol, sem chão... deixa-nos simplesmente.

    Eu sei que estás, mas há momentos em que precisamos de estar sós, em que não devemos deixar os outros preocupados... tudo tem um tempo, e primeiro tem que fazer sentido "cá dentro" antes de conseguir fazer sentido "cá fora".

    Não quero que te sintas excluída... simplesmente há fases em que a volta da vida é tão grande que precisamos de solidão!

    beijinhos

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