Às vezes, quando menos contamos, a vida prega-nos uma rasteira, na dimensão e no momento que menos contamos que venha a acontecer.
Há momentos em que temos que conseguir sair de nós mesmo e ver a nossa existência de fora, como se de outro ser nos tratássemos.
Quando nos deparamos com a informação que determinada sonho de uma vida não poderá ser realizado, restam-nos poucas opções. Podemos entregar-nos à tristeza, podemos fazer de conta que nada aconteceu, ou podemos olhar a realidade de frente e tentar reorganizar a nossa existência de acordo com os novos factos.
Se causa dor? Claro que sim. Se as lágrimas correm uma após outra? Sim... A dor não deixa de se sentir, o desapontamento não passa ao lado, a desilusão, a sensação de que nada faz sentido quando um dos nossos objectivos de vida deixou de poder ser concretizado. Mas e agora? Ficamos assim, tristes e derrotados?
Parece um rol de verdades feitas e de lugares comuns, mas a verdade é que nada disto é fácil, mas muitas vezes é a forma de nos fazer repensar a nossa existência na sua totalidade. Talvez estivéssemos em busca de um caminho que não é o nosso...
São por vezes as "chapadas" da vida que nos permitem realizar outros sonhos, alguns que já eram nossos e pensámos sacrificar em prol de outros mais importantes, outros que são novos e surgem neste novo caminho que se inicia.
Se com isto a dor passa? Duvido... Se seremos plenamente felizes? Não sei... Se o sonho por concretizar será esquecido? Nunca... O vazio da sua não concretização acompanhará, inevitavelmente, a vida inteira... resta a hipótese de se aprender a viver sem a sua concretização com todas as alterações de caminho a que isso nos sujeita.
E é em momentos como estes que se questiona "porquê a mim?" ou antes "que mal fiz eu?"...
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