“Com o tempo, não vamos ficando sozinhos apenas pelos que se foram, vamos ficando sozinhos uns dos outros”
(Mário Quintana)
Quando se opta por viver trabalhando, foge-nos o tempo para ter "outros" na nossa vida. Para cultivar amizades e às vezes até inimizades. Não é errado ou correcto, viver trabalhando, é uma opção que tem custos e benefícios. Se a margem que daqui fica e alta ou não, parece-me que depende da fase de vida em que cada um se encontra.
A solidão não me parece que assole aqueles que optam conscientemente por viver trabalhando, pelo menos quando se trata de uma opção por ela só e não um mecanismos de distracção para outras dimensões da vida.
Quando a vida nos corre e nos sentimos sufocados pelo seu ritmo e sentimos necessidade de parar e não podemos fazê-lo, corre-se um risco. O risco da paragem... Quando depois de tanta agitação se parar, a confrontação com tudo o que aconteceu e se viu, mas não se teve tempo de sentir, pode provocar o colapso do equilíbrio ficcional que se pensa deter.
Vamos ficando sozinhos de nós mesmos... vamos perdendo a nossa existência em cada queda fruto da corrida da vida.
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