quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Desabafos IX

Apetece-me vestir qualquer coisa, sair para a rua, pegar no carro e ir a qualquer lado... qualquer lugar onde eu conseguisse chorar sem ser vista... onde conseguisse deitar fora toda esta dor que agora teima em não me deixar respirar normalmente...

Porque é que me fizeste isto?

Acho que te dei o que ainda me sobrava de confiança nas pessoas... Dei-me sem pensar muito, não me arrependo, de todo... simplesmente não entendo porque fizeste isto...

Estou cansada, verdadeiramente cansada...

Sabes, está a doer muito... e sabes porque? Porque já não sei viver sem ti... deixei o telemóvel o dia todo no carro para não ter a tentação de te enviar mensagem, simplesmente porque achei que não o devia fazer... porque precisava de tempo, de espaço, para perceber o que fazer... Mas a tua resposta há pouco deitou tudo por terra...

Porque é que me fizeste isto?

Mas é assim tão difícil as pessoas que amo manterem-se por mais de umas semanas? Custa assim tanto fazerem algum esforço para ficarem ao meu lado? Porque é que todos desistem? Porque é que todos me fazem acreditar que vale a pena e depois me viram as costas?

Pensei que ias ficar... disseste que ias ficar... parece que afinal não...

Vou ali fechar os olhos e ver se amanhã já não os abro...


1 comentário:

  1. “Não entendo. Isso é tão vasto que ultrapassa qualquer entender. Entender é sempre limitado. Mas não entender pode não ter fronteiras. Sinto que sou muito mais completa quando não entendo. Não entender, do modo como falo, é um dom. Não entender, mas não como um simples de espírito. O bom é ser inteligente e não entender. É uma benção estranha, como ter loucura sem ser doida. É um desinteresse manso, é uma doçura de burrice. Só que de vez em quando vem a inquietação: quero entender um pouco. Não demais: mas pelo menos entender que não entendo” - Clarice Lispector

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