Mudou de cidade. Agora vive sozinha, numa zona calma, onde não conhece ninguém e onde conseguiu em pouco tempo montar uma casa onde se sente bem, para onde gosta sempre de voltar. Hoje, pela primeira vez desde que ali está, sente-se só.
A escolha de mudar para ali foi sua e foi uma decisão tranquila, bem sustentada e que a fazia sentir com um novo rumo, um novo futuro. Hoje, chega a casa, e o silêncio, a solidão fazem-na chorar.
Senta-se no sofá, pega no computador e começa a ver fotografias, uma após outra, passando em pouco tempo pelos últimos 10 anos da sua vida. Sente que não era nada disto que tinha pensado para si, não que se sinta triste com o rumo que a sua vida levou, mas é estranho que não tenha acontecido nada daquilo que pensava que ia acontecer.
Resolve fazer a mala, ligar aos colegas e avisar que vai tirar uns dias de férias. Vai visitar a familia, os amigos. Hoje sente que precisa da força e da energia dos que lhe são próximos para continuar neste seu novo rumo, neste seu novo futuro.
Antes de partir, liga-lhe... avisa-o que está de regresso por uns dias... combinam encontrar-se assim que ela chegar... Encontram-se e assim que se olham, ele entende que "uns dias" facilmente se transformam num "para sempre" assim ele faça aquilo que os dois sentem que deve ser feito...
Voltou dias depois à sua casa, para arrumar tudo e devolver a chave ao senhoria. Regressou à sua cidade... afinal, tudo o que pensou que ia acontecer, vai mesmo acontecer, apenas levou mais tempo que aquilo que ela pensara.
Saber esperar é uma grande virtude, lembra-se de ter ouvido vezes sem conta há uns anos atrás.
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