quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Histórias XX

Chegou antes da hora combinada... foi vendo os minutos passar e a resposta não chegava... ligou o carro e arrancou pensado voltar para casa... Mas... foi um pouco mais à frente e estacionou novamente... a resposta chegou... e esperou... esperou pelo incerto...

Chegou finalmente...

Em pé, lado a lado, com a lua como tecto, as árvores como paredes e o silêncio da noite como envolvente... o frio esse apenas foi a desculpa...
Ali, conversaram sobre si, sobre a historia de cada um, na verdade falaram de tudo menos daquilo que provavelmente deviam ter falado... falaram sem dar conta do tempo passar... e numa frase tudo o que estava a ser contido, deixou de ser... 

De um abraço a um beijo foi um segundo de insanidade, e depois desse segundo de insanidade já não havia mais nada a fazer. O erro esta feito, o acto consumado... "e agora?" Esta era a pergunta que os dois se faziam, um ao outro e dentro de si próprios. Mas... rapidamente este "e agora" deu lugar a uma sensação de bem estar e felicidade que os levou para o mundo de sonho, onde não havia problema ou impedimento para tudo aquilo acontecer. 
Saíram de perto um do outro, de sorriso no rosto e felizes... Deveriam sentir-se mal com o que tinha acontecido? Provavelmente deviam, mas não sentem... 

Quando partiram para este encontro, nenhum dos dois pensou ser possível que viesse a acontecer o que aconteceu... agora que partem cada um para a sua realidade nenhum sabe o que quer nem hoje, nem amanhã e muito menos lá mais à frente no caminho...

Partem sem saber se voltarão a estar juntos... 

Ela parte com a sensação que reencontrou o amor... mas um amor diferente, mais maduro, mais sereno... encontrou alguém que a conhece e que sabe lidar com aquilo que ela é sem a fazer sentir-se magoada... 
Ele... ele parte simplesmente... sem pensar... sem sentir... sem saber o que fez e muito menos o que vai fazer agora... 

Antes de se encontrarem ela tinha medo e ele estava encantado por ela... agora... ela está apaixonada ou algo mais que isso... e ele... ele está perdido...

Talvez o frio da noite lhes indique o melhor caminho... 


segunda-feira, 7 de novembro de 2011

cafés VII

Há pessoas com quem tomamos café, há outras com quem simplesmente o bebemos. Se há diferença entre tomar e beber? Claro que há.

Tomar café implica, saboreá-lo, a ele e à companhia; implica sentir o seu gosto, senti-lo a aquecer-nos a alma. Tomar café é aquilo que só fazemos com pessoas especiais, com os outros apenas o bebemos.

Contigo, tomei café, e reparei numa coisa engraçada, o meu foi sem açúcar e o teu com um pacote de açúcar inteiro, não deixa de ser curioso ver esta diferença.
Um café quente e frio ao mesmo tempo, próximo e distante, um café de análise de limites, de olhares cúmplices e desviados...

Dois cafés, uma mesa, duas pessoas, duas vidas, duas histórias... ou uma?!

Ontem, tomei café contigo, saboreei o café e o momento... Ontem descobri um novo tipo de café, um novo sabor... um sabor seguro, leve, agradável... o sabor do mundo das princesas e dos sonhos... ou será que esse é o sabor real da felicidade?

sábado, 5 de novembro de 2011

Eu IV

10 coisas que eu gosto

1 - Mãos dadas

 








2 - Escrever










3 - Chocolate









4 - Estar com amigos especiais e família









5 - Enroscar-me no sofá ao final do dia












6 - Café









7 - Passear na praia (em boa companhia)












8 - Estudar e saber mais









9 -  Conversar








10 - Anéis



sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Histórias XIX


Numa tarde sombria da sua vida, pegou no casaco, na mala, nas chaves do carro... na caixa das recordações e saiu, saiu sem saber onde ia parar... Conduziu sem rumo certo, até decidir ir ver o mar... Sentou-se, tirou os sapatos, caminhou até bem perto do mar, sentiu a água gelada tocar os seus pés e só isso a fez sentir-se viva... 

Sentou-se com os pés na areia molhada, de vez em quando as ondas tocavam-lhe os pés, e recordação a recordação foi deitando uma a uma ao mar...

Anos mais tarde percebe que não o devia ter feito e sente saudades de rever tudo aquilo que deitou ao mar, o seu fiel depositário. Sabe que nunca mais as voltar a ter, nem aquelas, nem outras parecidas, porque o que foi não volta, as pessoas com quem partilhou aquelas recordações, as relações que a elas deram origem... nada daquilo voltará. 

Ela ainda não percebeu que às vezes é mesmo assim, temos que deitar o passado fora, para deixar espaço para entrar o presente e o futuro. Aquilo que vivemos não fica pelas coisas materiais, mas sim pelas emoções... Aquela tarde não foi sinal de fraqueza, foi uma defesa... foi uma forma de se proteger, de deixar espaço para o que havia pela frente...

Talvez um dia volte aquele mar e lá perceba que no seu coação tudo se mantém guardado e isso, isso sim, nada, nem ninguém pode destruir...

Partilhas XVIII

"Não é paixão porque não dói, nem atracção porque não inquieta. É um quase tudo mas ainda não é nada, porque não houve tempo."
 
Hoje, ao reler esta frase que andava por aqui num dos apontamentos do meu computador, percebi que não a entendo... ou antes que ela agora não me faz sentido... ou por outro lado me deixa a pensar o que é afinal isto que me está a acontecer. 
 
Hoje, durante o almoço, uma colega de trabalho perguntou-me o que se passava comigo nos últimos dias, que me achava mais inquieta, apenas lhe respondi que não era nada, apenas uma situação que ia para lá de todos os princípios éticos e morais... ao que ela respondeu "quem, tu tens uma situação dessas na tua vida? Tu? Não é possível"... e ela não sabe qual a situação, nem sonha... 
 E se ela pensa assim, como pensaria o resto das pessoas se soubesse o que se passa?

A verdade, é que as pessoas olham para mim e determinam uma serie de coisas que me deviam acontecer, e eu, ao longo destes anos fui vendo isso como o meu próprio plano de vida, agora, começo a perceber que talvez não seja bem assim. Talvez esse plano que os outros acham que deve ser o meu, não seja aquele que me faz feliz... Ainda não sei bem...

Sei que   "É um quase tudo mas ainda não é nada, porque não houve tempo." , espero que haja tempo, espero que venha a ser alguma coisa e estou a ser muito sincera... Tenho medo, não vou negar, mas tenho um bom sentimento quanto a isto, tenho uma grande vontade de ficar e correr o risco. Acho que pela primeira vez estou a escolher por mim e não por aquilo que é correcto socialmente.
Quero estar contigo, quero que seja um "tudo"... Quero pelo menos tentar... Não vou fugir por medo... 

Eu fico e tu?
 

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Encontros I

Encontros esperados e inesperados, encontros bons e maus...

E no caminho da vida é isso que tem valor, os encontros que nele vão acontecendo.
Nem todos os encontros são bons, nem todos acontecem no momento certo, mas de todos podemos tirar alguma coisa positiva para a nossa existência.

Do nosso encontro (foi mais um desencontro) eu nem dei conta do "olá", e quase que o "adeus" me passava ao lado. Às vezes é assim, é tudo tão rápido, e feito nas entrelinhas que às vezes só nos damos conta quando já passou. Contigo foi quase assim. Ainda agora chegaste e já te foste embora. Quase nem deu tempo para perceber quem és, ou o que "cá" vieste fazer. Talvez seja melhor assim... provavelmente ficares só ia trazer muita confusão...

Só fico com pena que este nosso "encontro" não tenha acontecido noutras circunstancias, quem sabe poderia ter sido tudo tão diferente... Quem sabe...

Pessoas I

Nesta categoria quero falar de algumas pessoas da minha vida... as boas, as más... as que cá estão, as que já estiveram... Aqueles que sei o nome, aqueles que apenas passaram por mim...
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Decidir por quem começar não foi fácil... Mas escolhi começar por alguém que não é especial para mim, que não é amigo, mas que ultimamente me tem tirado o sono, me tem irritado... 

Esta nossa relação de inimizade dura há anos, há anos que sinto que não gostas de mim, e se houve momentos em que foi difícil lidar com isso, outros houve em que me foi completamente indiferente. Foste causa de uma perda grande na minha vida. Por tua causa (ou nossa, porque te deixámos ganhar) vivi anos da minha vida sem a minha Mana, sem conseguir acompanhar o crescimento dos miúdos... E detesto-te por isso, detesto-te porque me arrancaste parte de mim. 
Calei durante muito tempo esta dor que me causaste, mas agora já não quero calar mais, nem quero fazer de conta que ela não existe. Passei anos a ter que sorrir para ti, quando nem tinha vontade de te ver respirar... 

E se até aqui o sentimento era mau, mas ainda era suportável, agora já não é. Estar nos mesmos espaços que tu é um tormento, e sabes porquê? Porque fazes questão de mostrar a todos que estás chateado comigo (sem que eu saiba sequer o que te fiz...). Mas eu sei porque é que fazes questão de o mostrar... é incrível como és vazio de escrúpulos, como estás a premeditar tudo... Podes enganar outras pessoas que acham que és um ser humano incrível, muito boa pessoa, mas a mim não enganas... és interesseiro, oportunista, cínico, manipulador...

No sábado, eu devia ter-me levantado, devia ter dito "boa noite" e devia ter-me metido com o miúdo... é a segunda vez que eu nem olho para o pequenito só porque está ao teu colo e isso é dar-te a satisfação da vitória. Nunca me devia ter vindo embora, nunca devia ter impedido que a minha mana estivesse perto de mim, porque tudo isso é dar-te mais força ti... e se o tenho feito é apenas para evitar discussões e desconforto... Mas chega... Não há razão nenhuma para me tratares assim, por isso da próxima vez eu fico e sou bem capaz de te perguntar o que é que se passa... 

Acho que nunca tive um sentimento tão negativo por ninguém... Um dia a vida vai ter que te trocar as voltas, e tu vais ter que perder...