Numa noite fria de Inverno, em mais uma noite de solidão, ele senta-se no chão do quarto, apenas com a luz de algumas velas, pousa junto a si a chávena de chá que lhe tenta aquecer o corpo e a alma.
Os últimos tempos não têm sido fáceis. Aquilo que sempre pensou ser inabalável, começou a ruir a pouco e pouco e não consegue perceber se o deve reabilitar ou se por outro lado, o deve desmoronar de vez.
Pergunta-se se a nova luz não é apenas reflexo da solidão, da carência... se não resulta apenas da necessidade de se sentir amado...
Pega na chávena, bebe um gole de chá e continua gelado, mais a alma que o corpo.
Gosta dela, gosta de estar com ela e gosta das conversas que partilham... talvez esse fosse o caminho que queria seguir, mas a escolha que fez no passado parece não lhe permite seguir este rumo agora... Ou será que basta ousar mudar o rumo?
Sente-se mais perdido a cada ideia que lhe invade o pensamento. As novas responsabilidades pessoais, o novo rumo profissional, tudo isto parece jogar contra esta nova luz... Deixa-se dormir com a ideia de que se esta luz se mantém acesa mesmo perante todas estas adversidades é por alguma razão.
Acorda no dia seguinte, dorido e sem saber o que fazer... sente-se perdido, responsável por um sofrimento que não queria causar e que julga existir... sente-se mal pelo que de incorrecto fez até aqui... Continua sem saber que rumo seguir...
É hora de enfrentar o mundo, de ser feliz, de ficar sereno... é hora, é tempo... Tem o dever, até pelo exemplo que deve dar à sua nova responsabilidade pessoal, de construir o seu caminho de felicidade e não deixar-se levar pela corrente da sociedade...
Respira fundo, liga-lhe e dá o primeiro passo no sentido que escolheu para o seu futuro, consciente que todos os caminhos têm momentos bons e maus, buracos e pontes... e que o que na vida nada é simples e fácil... mas que tudo o que realmente queremos é possível, basta acreditar...
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