Sentei-me à tua frente naquela esplanada junto ao rio, de lado para ele consegui ver no teu olhar a mesma expressão cansada que tinhas uns dias antes.
Dentro de mim surge a pergunta que me persegue há anos: o que me escondes tu? Há tanta coisa que aconteceu e eu nunca entendi porquê...
Ganho coragem e pergunto directamente: Qual é o teu segredo?
Respondes que há coisas que devemos guardar só para nós e que se eu conhecesse esse teu lado escondido provavelmente iria mudar a opinião que tenho de ti.
Não comento, não insisto... sei que ainda é cedo para ti...
Instala-se o silêncio, esse que só é confortável entre quem se conhece... e nós conhece-mo-nos.
Olho o rio, tiro o caderno da mala e começo a escrever aquilo que um dia será a primeira página do livro que me dizes que num futuro longínquo vou escrever...
«Dia 1
Hoje olho para dentro de ti e vejo tudo o que és, até aquilo que queres esconder, até aquilo que achas que não sei.
Hoje deixo-te ficar em silêncio dentro de ti, deixo-te achares que aí estás segura.
Hoje dou-te a mão, olho-te nos olhos e digo simplesmente: "Há amizades que não duram uma vida, mas sim são elas próprias uma vida..."
Hoje quero que sintas que eu sou mais do que uma amiga, mais do que a irmã que escolheste, sou a pessoa que nunca te vai julgar, culpar e muito menos abandonar.
Hoje sei que tens em ti um pouco de mim e que tenho em mim muito de ti...»
Fechei o caderno, guardei-o na mala, olhei para ti e simplesmente te disse:
"Obrigada por estares sempre aqui".
Levantei-me e fui embora lado a lado contigo...
sábado, 27 de agosto de 2011
sexta-feira, 26 de agosto de 2011
Desabafos VII
Porque é que me fazes isto? Porquê? Eu só estou a tentar seguir em frente, estou a deixar-te livre, como sempre quiseste...
Não te entendo... passas meses sem querer saber como estou e agora que te deixo ir dizes-me que não morri para ti...
Porquê?
Deixa-me seguir, deixa-me ir... não posso continuar aqui. Não dá mais... dissemos muita coisa um ao outro, há muitas feridas abertas...Não somos as mesmas pessoas e não queremos as mesmas coisas... Lamento, não podemos ser amigos...
Um dia vais entender que é o melhor para todos... e um dia vais compreender que não fiquei magoada com o que disseste, mas que isto tinha que acontecer...
Não te deixei de amar... e não foste capaz de o perceber no meio de tudo o que te fui dizendo, de tudo o que te fui dando...
Um dia saberás que amar alguém é deixa-lo ir... Vai... e não me tentes prender mais...
Não te entendo... passas meses sem querer saber como estou e agora que te deixo ir dizes-me que não morri para ti...
Porquê?
Deixa-me seguir, deixa-me ir... não posso continuar aqui. Não dá mais... dissemos muita coisa um ao outro, há muitas feridas abertas...Não somos as mesmas pessoas e não queremos as mesmas coisas... Lamento, não podemos ser amigos...
Um dia vais entender que é o melhor para todos... e um dia vais compreender que não fiquei magoada com o que disseste, mas que isto tinha que acontecer...
Não te deixei de amar... e não foste capaz de o perceber no meio de tudo o que te fui dizendo, de tudo o que te fui dando...
Um dia saberás que amar alguém é deixa-lo ir... Vai... e não me tentes prender mais...
Dias VI
Um dia vou escrever-te uma carta de despedida
Hoje, agora, é o dia.
"Pensei não te dizer mais nada, simplesmente deixar-te morrer dentro de mim... Ontem quando envias-te um email a perguntar: não me vais falar mais?, simplesmente o apaguei... Hoje quero escrever uma carta de despedida. Não porque a mereças, mas porque eu a quero escrever.
Talvez não saibas, mas entre encontros e desencontros que povoaram todos estes anos eu nunca apaguei nenhum email entre nós trocado, nunca... mantinha-os todos desde que te foste embora... ontem, ontem apaguei-os; assim como o teu número, assim como te retirei da minha rede social, assim como apaguei todas, mas mesmo todas, as mensagens que trocámos...
Ontem não precisei apagar-te do meu coração, porque simplesmente desapareceste... assim, sem pensar, sem sentir...
Achas que chorei? Pois estás enganado... nem uma lágrima...
Um dia perguntei-te se te irias manter afastado para sempre e tu respondeste que para sempre era muito tempo que só precisavas de algum tempo para que tudo acalmasse... Pois bem, para sempre é pouco tempo para que eu consiga voltar a querer saber quem és...
Não, não vou negar tudo o que vivemos e o quanto te amei... simplesmente... tudo passa...
Ontem foi o ponto sem retorno, o ponto do caminho onde nunca mais poderás voltar e voltar a escolher...
Não haverá "um dia"... Não "falaremos daqui por uns anos"...
Morreste para mim."
terça-feira, 23 de agosto de 2011
partilhas XI
Acho que hoje partilhei contigo uma pessoa que ainda não conhecias... acho que hoje te desiludi... Acho que hoje te perdi um bocadinho...
Ao longo destes anos muita coisa mudou Mana... e provavelmente eu transformei-me numa pessoa muito pior que aquela que tu conheceste há uns anos.
Não quero dizer muito mais, apenas que... me fazes muita falta... Mas aceito se... não tiveres espaço para esta nova pessoa que eu sou...
Lamento ter-te desiludido... sempre me doeu mais desiludir os outros do que desiludir-me a mim mesma, ou do que os outros me desiludirem...
Talvez um dia eu consiga voltar ao caminho certo...
Ao longo destes anos muita coisa mudou Mana... e provavelmente eu transformei-me numa pessoa muito pior que aquela que tu conheceste há uns anos.

Lamento ter-te desiludido... sempre me doeu mais desiludir os outros do que desiludir-me a mim mesma, ou do que os outros me desiludirem...
Talvez um dia eu consiga voltar ao caminho certo...
Desabafos VI
Devia ser capaz de seguir em frente... devias ser-me indiferente e mais, devia conseguir estar ao teu lado sem que isso me desse vontade de estar assim o resto dos meus dias...
Hoje fiz tudo aquilo que uma mulher nunca deve fazer... Perdi o amor próprio... pedi-te um beijo... recusaste... voltei a pedir e voltaste a recusar...
Tentei fazer-te acreditar que queria apenas uma "história de Verão" que tinha consciência que não podia ser mais que isso, cheguei mesmo a dizer que não queria, racionalmente, mais que isso... porque já não tínhamos a mesma forma de estar na vida... tudo mentiras... mas tentei fazer-te acreditar nisso... Porque é que o fiz? Porque acho que prefiro ter-te assim do que simplesmente não te ter. Se isso me vai magoar? Claro que vai, mas tu não tens que o saber...
Não sei se acreditaste, duvido muito... como disseste conheces-me bem... Mas... ficaste de pensar... eu sei que vais recusar, também te conheço o suficiente... e talvez tenhas toda a razão em fazê-lo... mas nunca te vou dizer isso...
A conversa hoje deixou-me uma questão:
Até onde pode chegar a teimosia?
Vou pedir-te um abraço... vou pedir-te um beijo... mas na testa... para que me passe esta sensação de...impureza...
Hoje fiz tudo aquilo que uma mulher nunca deve fazer... Perdi o amor próprio... pedi-te um beijo... recusaste... voltei a pedir e voltaste a recusar...
Tentei fazer-te acreditar que queria apenas uma "história de Verão" que tinha consciência que não podia ser mais que isso, cheguei mesmo a dizer que não queria, racionalmente, mais que isso... porque já não tínhamos a mesma forma de estar na vida... tudo mentiras... mas tentei fazer-te acreditar nisso... Porque é que o fiz? Porque acho que prefiro ter-te assim do que simplesmente não te ter. Se isso me vai magoar? Claro que vai, mas tu não tens que o saber...
Não sei se acreditaste, duvido muito... como disseste conheces-me bem... Mas... ficaste de pensar... eu sei que vais recusar, também te conheço o suficiente... e talvez tenhas toda a razão em fazê-lo... mas nunca te vou dizer isso...
A conversa hoje deixou-me uma questão:
Até onde pode chegar a teimosia?
Vou pedir-te um abraço... vou pedir-te um beijo... mas na testa... para que me passe esta sensação de...impureza...
Histórias IX
Numa tarde sombria de Verão sentou-se na sua cama com a caixa das recordações entre as pernas... uma a uma foi tirando as cartas, as folhas, os desenhos, bonecos, convites, postais... todas aquelas coisas que se vão acumulando com o passar dos anos. No fundo da caixa encontrou um bilhete com esta frase:
"Sou como um livro. Há quem me interprete pela capa. Há quem me ame apenas por ela. Há quem viaje em mim. Há quem viaje comigo. Há quem não me entenda. Há quem nunca tentou. Há quem sempre quis ler-me. Há quem nunca se interessou. Há quem leu e não gostou. Há quem leu e se apaixonou. Há quem apenas busca em mim palavras de consolo. Há quem só perceba teoria e objectividade. Mas, tal como um livro, sempre trago algo de único... o melhor de mim."
Assim ela dá inicio a uma conversa que durará horas... na verdade é uma conversa solitária entre ela e a sua consciência.
Passaram anos depois que ele lhe deu aquele bilhete. Estavam sentados lado a lado no muro que separava a estrada do mar... ali ele lhe entregou aquele bilhete com aquela frase e depois foi-se embora, deixando uma promessa de que um dia iria querer voltar aquele livro.
Ela esperou durante anos a fio que ele voltasse a querer lê-la... Mas esse dia teima em não chegar e hoje, passados todos estes anos, ela volta a encontrar aquele bilhete e decide que tem que voltar àquele muro para ver o mar...
Foi, viu o mar, voltou... lá deixou o bilhete... atirou-o ao mar... hoje percebeu que ele releu o livro muitas vezes, porque levou com ele as páginas que quis guardar... Na verdade aquele livro que ele leu não existe mais, esta nova edição está muito diferente, as actualizações dos anos tornaram-na num livro mais mafuro, mais completo e mais feliz...
Um dia, quem sabe, ele vai perceber que não se devem levar livros inacabados...
segunda-feira, 22 de agosto de 2011
Histórias VII
texto escrito a 05/07 mas estava perdido num outro blog...
aqui fica:
Ali sentada, depois de ter recebido uma noticia que não consegue perceber se é boa ou má, reflecte sobre si, a sua vida e tudo o que aconteceu no último ano...
Ele partiu há uns anos deixando em aberto a hipótese de regresso... mais tarde deu a entender que o regresso era muito improvável... ela esperou e pediu-lhe anos a fio que regressasse, ele nunca o fez... agora que ela pensa que desistiu dele soube que provavelmente ele vai regressar...
Vendo as ondas que vêm e vão pensa em muitos dos momentos que partilharam e os seus olhos enchem-se de água... não sabe o que sente ou mesmo o que deve sentir... não sabe se esta informação é verdadeira ou não, nem sabe se lhe deve perguntar se vai regressar... não sabe se quer que ele regresse...

As lágrimas caem... e sente que ainda o ama... sabendo no entanto que provavelmente esse amor nunca passará de um sentimento só seu...
Às vezes é tarde de mais...
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