sexta-feira, 24 de junho de 2011

dias V

Um dia vou voltar a ver-te e sentir-me feliz porque nos conseguimos voltar a respeitar

Esse dia já aconteceu. Conseguimos conversar, rir, normalmente, sem grandes constrangimentos e acima de tudo com grande empatia e felicidade por nos termos voltado a ver.

É nestes dias que a vida me agrada mais, quando me mostra que tudo tem um lugar certo e que mais cedo ou mais tarde encontramos esse lugar.

Gostei de te voltar a ver... Na verdade fizeste parte da minha história e fizeste-me aprender muita coisa... Quando os anos passarem eu vou sentar-me ao teu lado a recordar todas as asneiras e loucuras que aconteceram connosco, e sabes como sei isto? Porque os dois somos boas pessoas e só as boas pessoas conseguem manter-se fieis a si e àqueles de quem gostam...

 Um dia vou abraçar-te outra vez...


sábado, 11 de junho de 2011

Sonhos II

Ontem à noite ao ver uma série americana lembrei-me de seguir o exemplo de uma das personagens... Criar uma lista de sonhos que gostava de realizar antes dos 30 anos (mesmo que saiba que não o vou fazer)...

Antes dos 30 quero:

1 - Fazer Mestrado e provavelmente Doutoramento;
2 - Ter um trabalho onde me sinta reconhecida, realizada e com perspectivas de crescimento;
3 - Trocar de carro;
4 - Fazer pelo menos 5 viagens;
5 - Comprar casa;
6 - Casar;
7 - Ter um filho;
8- Passar um fim de semana num parque com desportos radicais;
9- Fazer férias a dois;
10 - Passar tempo de qualidade com a minha família e os meus amigos.

domingo, 29 de maio de 2011

desabafos V

Sinto-te a falta...

Ontem, deitei-me a chorar... reli alguns dos últimos email que trocámos e houve uma frase que me ficou na cabeça toda a noite "não temos o mesmo centro", disseste tu numa das últimas vezes que soube de ti.
Consciente disto não sei porque continuo a pensar em ti desta maneira...

Sinto-te a falta...

Hoje, acordei a sorrir... relembrei muitos dos bons momentos que partilhei contigo, e há um deles que não consigo esquecer... "ainda bem que percebeste que não tenho que dizer o quanto gosto de ti para que saibas que gosto"... disseste-me uma vez, olhos nos olhos...

Sinto-te a falta...

Agora, suspiro... não sei nada de ti... perdi um namorado, um amigo, um homem que admiro a vários níveis...

Como te sinto a falta... não sei mais o que fazer, nem a muita ocupação dos dias te tira do meu pensamento... não há dia que não pense em ti...

Sinto-te a falta... e choro por tudo o que perdi...
Como queria, pelo menos, poder saber de ti, poder voltar a conversar contigo... como queria...

Todas as vitórias são também derrotas...

domingo, 22 de maio de 2011

Histórias VI

O PRIMEIRO NAMORADO

"Nasceram com uma diferença de dois dias. Cresceram juntos no mesmo prédio, onde eram vizinhos. Ele, ela, foram os primeiros namorados de cada um. Estudaram na mesma escola, na mesma universidade. Depois separaram.se, ele foi acabar os estudos em Inglaterra, ela ficou. O tempo, a distância, encarregaram-se de os afastar e, quando ele regressou, ela já estava casada. Encontraram-se dois meses mais tarde numa festa. Nessa noite, arranjaram alguns minutos para conversar a sós, partilhar recordações. Ele desejou-lhe toda a felicidade do mundo, ela também. Em seguida ela voltou para junto do marido e ele foi procurar a namorada. Em breve, ele partiu novamente para Inglaterra, onde arranjou trabalho num banco e fez carreira.

Nunca mais se viram, nem voltaram a contactar-se, embora, na intimidade dos seus pensamentos se lembrassem sempre um do outro e se perguntassem o que seria feito dele, o que estaria ela a fazer. Ele teve algumas namoradas. Ela teve um filho.

Dez anos  passados, ele deixou o emprego em Londres em troca de uma nova vida em Portugal. Chegou há dois dias apenas e dá com ela, por acaso, à entrada do prédio dos pais. Abraçaram-se, começam a falar, atrasam os compromissos que têm para tomar um café.
Sentam-se numa mesa, ainda a tirar os casacos e já ela quer saber tudo sobre a vida dele. Não casaste?! Espanta-se, sentindo-se secretamente contente por saber isso. Ele sorri, abana a cabeça. Porquê? Ele coça a cabeça, um pouco embaraçado, encolhe os ombros, sei lá, diz, não encontrei ninguém que valesse a pena. Ela põe-se pensativa, nunca te perguntaste como seria se tivéssemos ficado juntos? Claro que sim, responde, mas entretanto casaste, lembras-te? Lembro-me, diz ela, é a sua vez de se sentir embaraçada. E o teu casamento, pergunta-lhe, como vai? Ela baixa os olhos, vai mal, estamos separados, afirma, a dar um tempo, acrescenta, fazendo uma careta engraçada, como quem não acredita no que diz.
Despedem-se na rua, ela tem de ir a correr buscar o filho à escola e leva-lo a casa do pai. Ele ajeita-lhe o cabelo com a ponta dos dedos. Estás igual, diz. Quem me dera, diz ela a rir-se. 
Ele telefona-lhe à noite, falam até esgotarem os saldos dos telemóveis. Depois liga-lhe do telefone de casa para o dela e continuam a conversar até o dia nascer. Queres ir tomar o pequeno-almoço? Convida-a, antes de desligar. Ela diz que sim. 
Encontram-se à porta da pastelaria. Ele abraça-a e, num impulso, beijam-se com uma ternura, uma saudade que nem suspeitavam. Queres mesmo saber porque nunca casei? Pergunta-lhe. Quero. Porque, embora não tivesse consciência disso, estive sempre à tua espera."
Tiago Rebelo in Domingo

sábado, 14 de maio de 2011

Eu II

Isto tem andado difícil por estes lados, muitas coisas para fazer, pouco tempo para reflectir no que se faz...
Detesto sentir que vivo de forma automática... gosto de pensar antes de agir e depois de o ter feito...

Mas apesar de tudo, esta agitação, faz-me sentir viva, bem, ocupada e feliz... e pelo menos não me deixa muito tempo para pensar que coisas que me angustiam!

Esta semana correu bem, senti-me muito reconhecida enquanto pessoa e enquanto profissional... percebi que o esforço recompensa e que o reconhecimento tarda mas não falha.

Alguém me disse esta semana que eu era carreirista e que tinha uma redoma à volta, era quase perfeita... na verdade, sou apenas apaixonada por aquilo que faço, pelo ser humano em geral e limito-me a ser sincera em tudo o que faço...

E hoje também sou eu aqui sentada a escrever estas linhas e a pensar que ter saudades não é mau, nem sinal de que se vive no passado, apenas de que se sabe dar valor a tudo o que fez/faz parte daquilo que somos...

terça-feira, 3 de maio de 2011

dias IV

Um dia vou enviar-te um mail, ao fim de muito tempo, só para saber como estás.

Já o fiz, há uns dias ganhei coragem e enviei-te um email só a perguntar como estavas... pareceu-te normal? Pois não foi... nem sabes o quão difícil foi... não fazes ideia do quanto me custou escrever e enviar aquele email. Primeiro porque foste tu que me afastaste não devia ser a dar o primeiro passo e depois pelo medo do que este primeiro passo me pode causar...
Não sei se superei isto... não sei mesmo e só agora é que vou perceber...

Podemos enganar-nos uma vida inteira, mas há um dia em que a vida nos engana a nós e nos põe os sentimentos a descoberto...