domingo, 15 de janeiro de 2012

Eu V

Ontem fui obrigada a pensar em 3 características que definissem a minha personalidade... Não foi tarefa fácil... 3 palavras... 3 características...
acertiva
determinada
sonhadora
Se fosse outra pessoa a ter que me atribuir 3 características, provavelmente escolheria outras. Na verdade, eu própria hoje, provavelmente, escolheria outras diferentes. 

Vou apenas falar de uma destas características que escolhi: "sonhadora"... Demasiado à vezes, o que me leva em alguns momentos a tocar a ingenuidade. 

Os anos vão passando, e é verdade que ainda não são muitos, mas são os suficientes para me aperceber que houve momentos em que me deixei levar por pessoas e promessas que nunca poderiam ser reais. A ingenuidade, ou a mania de ver o mundo com óculos cor de rosa, fez com que agora me sinta ferida por dentro, fez com que agora sinta que muitas vezes fui usada para o benefício de outros...

Aos poucos vou perdendo a capacidade de acreditar nas pessoas... aos poucos vou ficando cada vez mais de pé atrás com a vida... Não queria passar o resto dos meus dias amargurada com a vida e desiludida com as pessoas. Mas a verdade é que amigos me deixaram quando já não lhes fazia falta e amores desistiram de mim quando... na verdade, nem sei bem quando foi... simplesmente desistiram... 

Ainda quero acreditar que a estes que me deixaram porque sim, ou porque não... com uma explicação ou sem ela, com motivo ou sem ele... àqueles que me deixaram e provocaram mais uma ferida na mina alma, a vós, um dia vou sorrir... Não vos guardo ressentimento, mas serei bem mais feliz que vocês, não porque queira a vossa infelicidade, mas porque quem trata o ser humano como muitos de vocês me trataram, quando chegar aos últimos dias de vida, vai entrar em desespero... ninguém se pode sentir integro assim... Apenas por isso, serei mais feliz que todos vós. 

E sim, este tom é de revolta com uma parte significativa da humanidade! Talvez amanhã, me sinta mais tranquila e menos revoltada.

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Histórias XXVII

Resolveu tirar o dia para si! 

Dois dias antes tinha-se sentido demasiado cansada... sentiu-se obrigada a parar o carro na berma da estrada a meio do caminho que faz todos os dias, porque mal conseguia manter os olhos abertos. Os últimos tempos têm sido difíceis, as horas de sono têm sido poucas, o trabalho, os problemas e as inquietações têm sido mais que muitas. Tirou um dia de férias e resolveu aproveita-lo apenas para si.

Levantou-se tarde, tomou um banho longo e relaxante, vestiu-se calmamente, saiu para tomar o pequeno-almoço e deixar-se ficar sentada na mesa do café a ler página após página de um livro que há muito estava parado na sua mesa de cabeceira. Marcou uma ida ao spa. 
Quando no final do dia regressou a casa, sentou-se à secretária e abriu o seu computador. O email de resposta à entrevista de trabalho a que tinha ido nos últimos dias tinha chegado. O lugar era seu... Invadiu-a uma alegria imensa, mas também uma tristeza profunda... Aquele lugar iria provocar uma grande mudança na sua vida profissional. tinha que comunicar à sua actual entidade patornal que estava de saída... Mas, antes de o fazer, havia uma colega que merecia sabe-lo. 
Ainda faltavam umas horas para o jantar, liga-lhe e convida-a para jantar. Sabe que aquele jantar será mais do que uma simples conversa sobre os seus novos desafios profissionais. É também a sua oportunidade para lhe pedir perdão, para lhe explicar tudo o que aconteceu, sem revelar factos que podem prejudicar outras pessoas... Sabe que chegou o momento de tentar diminuir o seu cansaço, as preocupações que não a deixam dormir tranquilamente. 

Este novo desafio profissional é o seu pretexto para um jantar de confissões.

Sai de casa, nervosa, ansiosa, e sem saber se contar será a melhor opção, mas simplesmente não pode continuar a sentir este peso na consciência. Sabe, que a revelação que vai fazer pode por fim a uma amizade importante, mas sabe também que assim a amizade nunca poderá correr bem... Desta vez o "barulho" ganha ao "silêncio"...


Encontros VI

"não tenho um caminho novo, o que tenho é uma nova forma de caminhar"

Encontrar essa "nova forma de caminhar" é talvez a solução para a maioria dos problemas existenciais da humanidade. E penso em questões pessoais ou profissionais. Muitas vezes perdemos conta aos dias que passamos a tentar encontra soluções novas, à procura de inovação, de caminhos diferentes, e na verdade a solução passa muitas vezes por fazer o mesmo caminho mas de uma forma diferente. 
Encontramos na vida a dificuldade de caminhar sobre a calçada incerta e inclinada, encontramos na vida a dificuldade de caminhar sobre a areia seca e pensamos que a solução passa por escolher um piso mais certo e confortável, na verdade a solução passa pelo encontro com o solo, por nos permitirmos moldar o nosso passo à exigência do piso. Na areia, descalce-se e siga a sentir a textura de cada grão, na calçada, permita-se andar em zig-zag para se desviar dos buracos e dos relevos... 

Na vida deixe-se encontrar com o sabor do vento, permita-se um encontro com o chão, com o quente da terra e o frio da água...  Caminhe no mar, e na relva molhada... encontre a concavidade do seu pé... Pouse o pé inteiro no chão e encontre cada sentido que desperta sentir que se tem terra firme para onde se voltar...

E quando descobrir a nova forma de caminhar, no caminho que já é o seu, aí pode ter a certeza que um mundo novo se abre para si!

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Partilhas XXIV

Queria muito partilhar um estado de alma positivo, mas ainda não é hoje...
Estou tão cansada, estou tão triste, estou tão desiludida... 

Vou deitar-me e adormecer cansada de tanto chorar... mais uma noite... 

E quando respirar custa, quando acordar dói... Quando se percebe que o nosso caminho está cada vez mais distante de ser aquilo que nos realiza, o que fazemos? Continuamos a acreditar? Reinventamos o nosso caminho? Pois talvez... Mas para mim chega! Chega! Estou cansada, não quero mais... Simplesmente deixem-me ir... Não me prendam mais... Não me peçam mais para ficar... 

 - porque no fim a tua "história" vai ficar igual ao que era antes de eu aparecer e eu vou ficar novamente de pé atrás com a vida... - e não é que eu tinha razão?!

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Cafés XII

Starbucks...

Falar de café e não falar de starbucks é quase imperdoável... Mas na verdade, ainda não tinha acontecido um momento digno de partilha. 

Horas de conversa sentados naqueles sofás confortáveis, naquele ambiente acolhedor, tranquilo que me permitiu partilhar um dos melhores momentos dos últimos tempos. Talvez pela surpresa do convite, talvez pela mudança incrível de comportamento e postura, talvez pelo facto de eu ter voltado a estar disponível. 

Caramel Macchiato e Caffè Mocca Branco

Até as nossas escolhas acabámos por trocar, por partilhar... Desta vez, o café foi claramente o pretexto para a conversa que estava adiada há demasiado tempo... Provavelmente ainda não tinha chegado o momento certo. 

Foi um café longo, calmo, saboreado, partilhado, dividido...  

Este primeiro café de 2012 parece-me ser o primeiro de um longo caminho de cafés, encontros, conversas... 

Ah, esqueci-me de dizer, escolhi um novo espaço de reflexão e encontros (solitários ou partilhados): Starbucks de Belém... Quando não souberem de mim, talvez me consigam encontrar por lá (ou por aqui?!)...

 


sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Desabafos XVI

No final de um dia muito longo, quando finalmente consigo entrar no carro e ficar sozinha, quando me permito chorar, uma operação stop...
Duas horas para chegar a casa, num percurso que leva 30 minutos... Muitas lágrimas pelo caminho, muitas ideias a balançarem de um lado para o outro e apenas duas conclusões:

Uma é que definitivamente eu tenho um problema sério qualquer no que toca a relacionamentos...
A outra é que não sei o que é que ando a fazer à minha vida... 

Hoje, quando se falava de sentido de vida, percebi que começo sinceramente a perder a noção de qual é o meu... porque me perdi no meio das feridas que ficaram abertas...  

Só tenho que respirar fundo e reconstruir tudo outra vez... um dia vai resultar... ainda quero acreditar que sim... 

domingo, 1 de janeiro de 2012

Porquês XI

O ano começou com uma longa conversa, ou um grande desabafo como alguém lhe chamou... E essa conversa deixou-me a reflectir sobre algumas decisões que tinha tomado para este novo ano...

Já me começa a custar escrever aqui, pelas pessoas que têm acesso a este blog, pela leitura que fazem daquilo que escrevo, pelas consequências que aquilo que lêem tem nas nossas vidas...
Estou a ponderar acabar com o momentos e reflexões... ele deixou de ser o espaço onde eu escrevo sem capas... ou melhor, continua a ser, simplesmente algumas vezes impeço-me de escrever porque a pessoa "a" pode vir, ler e interpretar mal...

Porque talvez seja tempo de fazer uma arrumação no armário que é a alma, e doar os sapatos que são as pessoas e as lembranças que já não me servem...