domingo, 9 de outubro de 2011

Histórias XV

"O que é preciso para começar tudo do início: coragem, determinação e uma grande dose de insanidade. Independentemente do quão grande e assustador possa ser o mar à nossa frente."
David Fonseca

Foi esta frase que ela lhe escreveu num guardanapo que tirou do porta-guardanapos que estava em cima da mesa do café onde foi tomar o pequeno-almoço antes de ir trabalhar. Pegou no guardanapo enfiou-o no bolso de trás das calças de ganga que vestiu pela manhã a fazer conjunto com aquela blusa preta e o blusão cor de rosa. Tinha calçadas suas botas pretas de salto alto e nas orelhas aqueles brincos simples, apenas com uma pérola branca, mas que faziam toda a diferença.Na mão esquerda apenas o relógio prateado que tanto gostava...

Saiu do café, dirigiu-se para a reunião que teria durante toda a manhã, depois da reunião estava livre, não tinha trabalho da parte da tarde. Como calculou acabar a reunião antes da hora de almoço, ligou-lhe pela manhã e fez o convite para almoçar. O convite foi aceite...
 
Entrou na reunião, concentrou-se no que ali estava a ser discutido e durante 4 horas apenas isso lhe preencheu a mente...  foi a primeiro vez ao fim de algumas semanas em que o conseguiu fazer, até ali era constantemente assaltada pela preocupação, por pensamentos que nada tinham a ver com trabalho...

Saiu da sala de reuniões, pegou no telefone e já tinha uma mensagem que dizia: "cheguei!". Dirigiu-se para o restaurante combinado. Chegou perto da mesa e antes de se sentar tirou do bolso de trás das calças o guardanapo que tinha guardado de manhã, colocou-o em cima da mesa... Ficaram a olhar para o que estava escrito. 
 
Sentou-se. Pediram. Mantiveram-se em silêncio.
 
Chegou o pedido e ela simplesmente disse: "Estarei ao teu lado para navegar contigo nesse mar, não tenhas medo, não te assustes, vamos chegar à margem, ao mesmo tempo, mesmo que tenhamos que parar pelo caminho para descansar... Mas vamos chegar!"

Guardou o bilhete, e começaram uma conversa agradável sobre o dia a dia...


Naquele dia, ela saiu do restaurante com a certeza de que um grande passo rumo ao futuro tinha sido dado...

Partilhas XVI

E vamos a coisas mais leves que este blog nos últimos tempos anda meio taciturno...

Falta um mês e duas semanas para o meu aniversário... E após varias mudanças relativamente à realização ou não de alguma comemoração, lá me convenceram a manter a ideia inicial de fazer alguma coisa...

Pois bem, já estou a trabalhar na temática... Vou revelar (não em primeira mão, mas quase) o tema  deste ano:

...um caminhos com 23 passos...


E para já, fica só tema, à medida que o tempo for passando vou revelando mais pormenores... Ah, mas posso dizer que vai haver verde... Não como o vermelho do ano passado, mas quero que o verde esteja presente em alguns momentos...

Aguardem pelas novidades e pelos convites ;)


Dias XI

Um dia vou perceber porque é que sinto este vazio!
 
Hoje é esse dia! Após uma pausa (ainda que curta) para reflexão, acho que finalmente percebi o que se passa comigo agora. 

É estranho não se sentir saudades de quem sempre sentimos, é estranho não ter vontade de falar com quem sempre falámos, é estranho sentir que se deixou de amar alguém quando pensámos que era para sempre. 

Hoje percebi que ao longo destes quase 6 anos, em todas as falhas nas tentativas de novas relações, eu acabava por regressar a ti, e tinha sempre a quem conquistar e tinha sempre a quem dedicar o meu tempo e a minha atenção e agora, agora não tenho.  E não tenho simplesmente porque deixei de sentir vontade de ter, não falar contigo não é uma luta, é uma situação normal... Saudades? Sabes, não sinto... Já não és uma lembrança constante, já não és a pessoa em quem penso todos os dias, já não és motivo de nada... Já não dóis!

Percebi outra coisa, percebi que ainda te amo, mas tu já não existes... É confuso? Acredito... Vou tentar explicar...
Eu acredito no amor para sempre, e eu vou amar-te para sempre, a ti por quem me apaixonei há 7/8 anos atrás,  à pessoa que eras naquela altura, a essa pessoa que eras tu eu ainda amo... A ti que existes agora, a esta pessoa em quem te transformaste não amo, nem me agrada... E não, não o digo em tom de revolta ou de forma cruel, digo-o de forma serena e sincera. 

 Há quem tenha a capacidade de amar todas as transformações que uma pessoa sofre, há amores que se conseguem adaptar a todas as mudanças, há outros que não... e o meu por ti não foi capaz disso... Amo aquela pessoa que ficou lá atrás na tua história, não me agrada esta pessoa que és agora.

E este vazio de não ter para quem voltar quando falho numa nova tentativa de me interessar por alguém, não é mau, nem bom... é um vazio que nunca tinha sentido... é a tua ausência em mim... é a prova de que estou consciente de que já não existes e não vais voltar a existir... A mudança não tem retorno.

Por isso, não te menti, ainda te amo... tu é que já não existes... 
Hoje foi o dia em que me libertei de ti... É verdade, o tempo resolve tudo!

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Vou ausentar-me destes meu espaço por algum tempo... preciso de me afastar de tudo isto...

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Desabafos XI


Quando no domingo alguém dizia que se eu estava sozinha não podia estar bem e eu neguei dizendo que estava muito bem e que neste momento de vida era assim que queria estar, pois bem, não, não é…

Das coisas que mais nos custa a assumir perante nós mesmos é que não estamos bem, que não estamos felizes com a nossa situação de vida. E não, não estou bem sozinha.

O problema é que já entrei em fase de desespero… estou sozinha há demasiado tempo…as últimas tentativas de relação correram todas mal… na realidade a última relação acabou muito antes de ter acabado oficialmente… e há medida que o tempo vai passando a capacidade de auto-gerir a minha ansiedade é cada vez menor. Isso faz com que rapidamente sufoque quem se aproxima, não deixando espaço, nem tempo para crescer o que quer que seja… Mato à partida qualquer vislumbre de interesse… E sim, eu sei que a culpa é inteiramente minha…

“Daqui a 5 anos vais pensar de forma diferente, o relógio biológico vai despertar e vais agarrar o primeiro que te aparecer à frente”… Daqui a 5 anos?! Hm… acho que já aconteceu… e lidar com este desconforto e com esta ansiedade está mesmo a destruir-me… E com isto não cativo ninguém, muito pelo contrário, afasto… Na verdade, sei que sou muito nova, mas quando me dizem isso só me irritam ainda mais…

Não é a primeira vez que estou “sozinha”, mas é a primeira vez que não estou apaixonada. É a primeira vez que não tenho mesmo ninguém, nem por quem estou interessada nem que esteja interessado em mim…

E não, os amigos, a faculdade, o trabalho… não compensam este vazio… Tenho medo do futuro… E pior, não sei como gerir esta ansiedade… Será que alguém vai ter a capacidade de se apaixonar por mim, ajudar-me a controlar a ansiedade, ajudar-me a viver um dia de cada vez e a acreditar no futuro… Será que algum dia eu vou conseguir não sufocar? Será que alguém vai ficar mais de uma semana?

E é isto que me deixa triste, vejo alguns com planos de casamento e bolas eu não sou pior pessoa que eles, nem menos interessante… porque é que comigo não funciona?

Não sei se aguento mais um sonho destruído…   

domingo, 2 de outubro de 2011

Histórias XIV

Apaixonou-se por ele, sentada em frente ao seu computador enquanto falava com ele numa das redes sociais, percebeu que estava apaixonada, que afinal aquele miúdo que anos atrás lhe parecia vazio de sentido, se tinha transformado num homem culto, interessante e fascinante...

Foi ele a procura-la num tarde quente de fim de Verão, foi ele que lhe disse que ainda a amava... foi ela que lhe respondeu nunca o ter amado...
Agora, passados todos estes anos ela comete o mesmo erro, diz não sentir aquilo que nem deu tempo para perceber. Ele afasta-se, não perde tempo à espera que ela perceba o erro que, novamente, está a cometer...
Passam-se semanas depois de ele a ter procurado, semanas em que ele não voltou a procura-la e ela começa a sentir-se consumida por essa ausência, lentamente vai percebendo que talvez lá no fundo existisse mais que simpatia... 
As semanas continuaram a passar uma depois da outra, o primeiro mês, o segundo e, chegado o terceiro mês de ausência ela decide procura-lo...

Não sabe bem como começar a conversa, não sabe bem o que tem para lhe dizer, apenas sabe que tem que o fazer. Começa da forma mais sincera e inteira que podia ter escolhido: Tenho saudades tuas! Ele olha-a com grande surpresa e responde: Também sentia a tua falta!Mas... 

E este "mas" era o problema dos dois... Mas querem coisas diferentes, mas não podem ter nada daquilo que querem; simplesmente porque não são só os dois...

Ficam assim, num "mas" eterno, que dá lugar a um silêncio demasiado cruel para que ela ali continue... Levanta-se e deixa-o sentado sem olhar para trás, mesmo depois de ele a chamar...

Ela sabe que foi ela que deitou fora a oportunidade de serem felizes, porque o julgou sem permitir que ele se desse a conhecer, porque estava presa a uma outra história, a uma outra pessoa que se revelou a sua pena maior...

Hoje sente-se triste, hoje arrepende-se das escolhas que fez... hoje percebe que ele a poderia ter feito feliz... hoje sabe que fez a escolha errada...

Chora pedindo para si mesma que lhe seja dada uma nova oportunidade... 

Ele chega perto dela ofegante porque vinha a correr para a apanhar e simplesmente a abraça com força...


Porquês VII

Porque é que a vida nos está sempre a trocar as voltas? Porque é que nos apaixonamos pelas pessoas erradas? 

Para aqueles que me conhecem deve parecer estranho escrever isto hoje, e provavelmente irão associa-lo à pessoa e à situação errada e sabem porquê? Porque tudo muda e a vida é inconstante...

Reapareces-te no momento errado da minha vida e da tua, porque que é que vieste baralhar esta cabeça agora? 
Que devo fazer eu agora? Só queria ficar sossegadinha no meu cantinho, a viver o dia a dia sem grandes agitações, era isso que queria nos próximos meses...

Apareces, agitas as águas, deixas tudo num atormenta e depois começa a fugir, mas depois voltas e depois voltas a fugir... não entendo... que queres tu afinal? Deixar-me doida? Pois bem, estás mesmo a conseguir...
Porque é que as pessoas certas aparecem nos momentos errados da nossa vida? 

Desculpa, mas agora não posso ficar para ver o que poderia acontecer... desculpa, mas não estou com estabilidade suficiente para isso... Por isso, deixa me ir, não me prendas... deixa-me seguir, quem sabe lá à frente no caminho nos reencontremos novamente, mas desta vez no momento certo... Acredita que farei por isso... mas agora, agora não forces... não me queiras ter como estou agora, seria apenas um processo de tortura para todos...

Mais à frente... se os caminhos se voltarem a cruzar... mais à frente... não aqui no meio da tormenta...