terça-feira, 23 de agosto de 2011

Desabafos VI

Devia ser capaz de seguir em frente... devias ser-me indiferente e mais, devia conseguir estar ao teu lado sem que isso me desse vontade de estar assim o resto dos meus dias...

Hoje fiz tudo aquilo que uma mulher nunca deve fazer... Perdi o amor próprio... pedi-te um beijo... recusaste... voltei a pedir e voltaste a recusar... 
Tentei fazer-te acreditar que queria apenas uma "história de Verão" que tinha consciência que não podia ser mais que isso, cheguei mesmo a dizer que não queria, racionalmente, mais que isso... porque já não tínhamos a mesma forma de estar na vida... tudo mentiras... mas tentei fazer-te acreditar nisso... Porque é que o fiz? Porque acho que prefiro ter-te assim do que simplesmente não te ter. Se isso me vai magoar? Claro que vai, mas tu não tens que o saber... 

Não sei se acreditaste, duvido muito... como disseste conheces-me bem... Mas... ficaste de pensar... eu sei que vais recusar, também te conheço o suficiente... e talvez tenhas toda a razão em fazê-lo... mas nunca te vou dizer isso...

A conversa hoje deixou-me uma questão:
Até onde pode chegar a teimosia?


Vou pedir-te um abraço... vou pedir-te um beijo... mas na testa... para que me passe esta sensação de...impureza...

Histórias IX

Numa tarde sombria de Verão sentou-se na sua cama com a caixa das recordações entre as pernas... uma a uma foi tirando as cartas, as folhas, os desenhos, bonecos, convites, postais... todas aquelas coisas que se vão acumulando com o passar dos anos. No fundo da caixa encontrou um bilhete com esta frase:
"Sou como um livro. Há quem me interprete pela capa. Há quem me ame apenas por ela. Há quem viaje em mim. Há quem viaje comigo. Há quem não me entenda. Há quem nunca tentou. Há quem sempre quis ler-me. Há quem nunca se interessou. Há quem leu e não gostou. Há quem leu e se apaixonou. Há quem apenas busca em mim palavras de consolo. Há quem só perceba teoria e objectividade. Mas, tal como um livro, sempre trago algo de único... o melhor de mim." 
Assim ela dá inicio a uma conversa que durará horas... na verdade é uma conversa solitária entre ela e a sua consciência. 
Passaram anos depois que ele lhe deu aquele bilhete. Estavam sentados lado a lado no muro que separava a estrada do mar... ali ele lhe entregou aquele bilhete com aquela frase e depois foi-se embora, deixando uma promessa de que um dia iria querer voltar aquele livro.
Ela esperou durante anos a fio que ele voltasse a querer lê-la... Mas esse dia teima em não chegar e hoje, passados todos estes anos, ela volta a encontrar aquele bilhete e decide que tem que voltar àquele muro para ver o mar... 
Foi, viu o mar, voltou... lá deixou o bilhete... atirou-o ao mar... hoje percebeu que ele releu o livro muitas vezes, porque levou com ele as páginas que quis guardar... Na verdade aquele livro que ele leu não existe mais, esta nova edição está muito diferente, as actualizações dos anos tornaram-na num livro mais mafuro, mais completo e mais feliz...
Um dia, quem sabe, ele vai perceber que não se devem levar livros inacabados...

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Histórias VII

texto escrito a 05/07 mas estava perdido num outro blog... 

aqui fica:

Sentada numa mesa de uma esplanada sobre o mar, sozinha, com um copo de uma bebida fresca à sua frente, tinha álcool, mas não o suficiente para alterar o seu estado de consciência...

Ali sentada, depois de ter recebido uma noticia que não consegue perceber se é boa ou má, reflecte sobre si, a sua vida e tudo o que aconteceu no último ano...

Ele partiu há uns anos deixando em aberto a hipótese de regresso... mais tarde deu a entender que o regresso era muito improvável... ela esperou e pediu-lhe anos a fio que regressasse, ele nunca o fez... agora que ela pensa que desistiu dele soube que provavelmente ele vai regressar...

Vendo as ondas que vêm e vão pensa em muitos dos momentos que partilharam e os seus olhos enchem-se de água... não sabe o que sente ou mesmo o que deve sentir... não sabe se esta informação é verdadeira ou não, nem sabe se lhe deve perguntar se vai regressar... não sabe se quer que ele regresse...

As lágrimas caem... e sente que ainda o ama... sabendo no entanto que provavelmente esse amor nunca passará de um sentimento só seu...

Às vezes é tarde de mais...

quinta-feira, 28 de julho de 2011

partilhas X

Anos a pensar e organizar surpresas para alguém que amamos e chega um dia em que nos comunicam: "olha, estamos aqui todos a jantar com o X"...

Fica um sabor muito amargo...

Hoje apetece-me fechar os olhos e voar para longe... e não voltar... Não tem que ser um lugar melhor ou pior, tem que ser um sitio onde eu possa voltar a construir-me...

Estou cansada da maioria das pessoas (amigos) da minha vida. Queria poder sair daqui e começar a viver noutro sitio... onde pudesse começar do zero, sem ter pessoas que me lembrem ou me queiram fazer lembrar momentos menos bons da minha vida...

sábado, 23 de julho de 2011

porquês IV

Algures no tempo a vida troca-nos as voltas e mostra que não controlamos nada, que não temos o futuro nas nossas mãos e que num segundo tudo muda.

Na verdade devíamos estar conscientes da efemeridade da vida e não estamos. Passamos os dias a fazer planos a construir sonhos, a pensar no que queremos fazer daqui a 2 anos, no que vai acontecer no jantar da próxima semana... E AGORA? O que vai acontecer agora?

Esta semana perguntei-me diversas vezes se faz sentido mantermos estas pequenas guerrinhas do dia a dia, se faz sentido esconder aquilo que sentimos porque revela-lo pode fazer-nos sofre... e... e não sei... Depois de ler o que escrevi até aqui, seria fácil responder que deveríamos viver o agora pensando que pode tudo acabar aqui... mas... mas pode não acabar, e se não acabar temos que ter consciência das consequências das nossas atitudes...

Porque é que temos medo? Porque é que eu tenho medo?

Porque é que te quero comigo outra vez e não posso senti-lo e muito menos revela-lo?

simplesmente: porquê?

Histórias VIII

Ela saiu do trabalho e sentiu necessidade de caminhar um pouco. Sozinha, de óculos escuros, mãos nos bolsos, cara sem expressão... caminhou sem rumo e sem pensamentos... deambulou minuto após minuto à espera que dentro de si aparecesse qualquer coisa, o que quer que fosse, dor, alegria... Mas nada surgiu.

Voltou para o carro e só aí quando ouviu o barulho do motor apareceu alguma coisa dentro dela... as lágrimas começaram a correr e chorou compulsivamente durante largos minutos... Há dentro dela o peso de um momento da sua vida que é segredo, é só seu. Sendo este momento só seu, ninguém consegue perceber porque reage assim aos acontecimentos actuais e isso só a consegue fazer-se sentir ainda pior.

Pára de chorar, arranca rumo a casa... Rumo a uma vida onde há segredos, dores, lágrimas, mas também uma família em casa que a ama, alguns (poucos) verdadeiros amigos e pensa que alguém que a ama, ainda que desconheça este segredo... ama-a com aquilo que dela conhece...

Ela sabe que um dia esta "prisão" vai abrir as portas e tudo será mais simples...

domingo, 10 de julho de 2011

Ando sem inspiração... a minha vida está a mudar e nas próximas semanas mais coisas vão acontecer... provavelmente até tudo isto acalmar não vou voltar a conseguir ter estes momentos só meus em que aqui vinha escrever...

Espero voltar dentro em breve... e tranquila...